Limpeza Urbana de São Paulo decreta estado de greve
Após assembleia realizada na noite de hoje (24), no CMTC Clube, Zona Norte de São Paulo, a categoria da limpeza urbana entrou em estado de greve. Cerca de 500 trabalhadores, entre motoristas, coletores, varredores e auxiliares de serviços diversos, rejeitaram por unanimidade a proposta do sindicato patronal, de reajuste de nove por cento nos salários e 10% nos benefícios, e podem paralisar a coleta e varrição da cidade na próxima segunda feira, dia 29 de setembro, caso não atinjam o índice de 10%.
Os trabalhadores, entretanto, deram plenos poderes para que a diretoria dos seus sindicatos continue dialogando com o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana). Juntos, o presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, e do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de São Paulo, José Alves do Couto Filho, se comprometeram a lutar pelos 10% ou até o limite para conseguir um acordo favorável aos trabalhadores. “O Siemaco firmou o compromisso de brigar pelos 10%”, afirmou Moacyr.
A negociação refere-se à campanha salarial da limpeza urbana 2014/2015. A pauta de reivindicações contempla 13 itens e vem sendo negociada desde o início do mês. O impasse está no reajuste salarial. A categoria pediu 15%, mas depois de três reuniões os empresários ofereceram nove, além de plano odontológico (com 60% do valor subsidiado pelas empresas).
“É importante ressaltar que vocês estão representando todos os trabalhadores da categoria”, destacou Moacyr, salientando a importância da decisão tomada em assembléia. Em seguida, completou: A partir de hoje estamos em estado de greve.
Pouco antes da assembleia, os coletores da Ecourbis Vitor Hugo Almeida, Gerivaldo da Silva e o ex-coletor e agora motorista Gabriel Araujo de Fontes, pediam “Ou tudo ou nada”, dispostos a cruzar os braços. Há 25 anos trabalhando como varredora, Josefa Maria da Silva, da Soma, também defendia a paralisação, explicando que o serviço é muito pesado e o aumento de salário seria “uma benção!”. Já os ajudantes de serviços diversos Felipe Ramon Mendes dos Santos e Welington da Silva Milanez, da Inova, além dos 10% esperam conseguir a insalubridade.
Também participaram da Assembléia, a diretora regional da UniAméricas, Briceida González, e uma delegação de sindicalistas do Sitobur (Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana ), varredores da capital do Peru, Lima. Bricieda destacou que os trabalhadores têm o poder da decisão. “Ninguém pode decidir por vocês, pelos seus direitos”, discursou.