Palestra difunde informações sobre acidentes com instrumento perfurocortante e debate estratégias para diminuir os riscos

 Palestra difunde informações sobre acidentes com instrumento perfurocortante e debate estratégias para diminuir os riscos

Inaugurando um novo ciclo de eventos visando à difusão de conhecimento, o Siemaco realizou, em 27 de novembro, a palestra “O Trabalhador em Limpeza Hospitalar e o Acidente Com Lesão Por Instrumento Perfurocortante” Cerca de 80 profissionais das empresas de prestação de serviços e segurança do trabalho, cipeiros, trabalhadores da limpeza e sindicalistas reuniram-se no auditório do sindicato para ouvir a engenheira de segurança do trabalho e perita do Ministério Público do Trabalho, Caetana Diniz Marinho Taveira.

Ela resumiu o conteúdo da sua tese de mestrado (Fundacentro) e, na. sequência, participou do debate técnico. Ficou comprovado, então, que há muitos desafios a serem perseguidos para garantir à manutenção da saúde dos profissionais do Asseio e Conservação lotados em instituições de saúde.

Caetana alertou que os objetos perfurocortantes representam um perigo real aos trabalhadores, se não forem descartados corretamente pelas equipes de saúde, ressaltando que mesmo a menor lesão pode levar à contaminação pelo vírus HIV e doenças como Hepatites B e C. “Uma simples picada às vezes é um dano invisível, mas que pode ser fatal”, afirmou.

Exatamente o fato de os ferimentos serem imperceptíveis gera a subnotificação, a falta do registro através da CAT (Certificação de Acidentes de Trabalho), acompanhamento médico e ausência de tratamento. “Muitas vezes a doença apenas é identificada lá na frente, quando o trabalhador não está coberto e geralmente sem vínculo com a empresa, já que a rotatividade no segmento é muito grande”. É importante frisar, que a contaminação pode acontecer em todas as etapas do trabalho dos profissionais da limpeza e coleta.

Falta treinamento, indicação da vacina contra hepatites e suporte, que geram danos sociais e até mesmo psicológicos ao trabalhador infectado. Na grande maioria das vezes, o descaso, infelizmente, acontece tanto por parte da empresa contratante quanto do gestor do contrato.

Novos temas, novos encontros

“Fiquei muito feliz em poder fazer um link entre ao meu trabalho acadêmico e sua aplicação prática”, afirmou Caetana, agradecendo o convite e também na colaboração essencial do Siemaco durante a elaboração da pesquisa.  João Capana, responsável pela área de saúde e segurança do trabalho do sindicato afirmou: “O trabalhador é a parte mais frágil, o sindicato não tem poder de polícia, mas também tem o dever de promover ações que minimizem para a redução de riscos”. Ele garantiu que irá procurar o sindicato patronal para, quem sabe, investirem juntos numa campanha de conscientização e ações práticas de proteção.

Para o presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, o contato direto com o trabalhador e as empresas garante ao sindicato ser a interface na difusão de informações que viabilizem a melhoria de condições de trabalho. “É interesse do sindicato difundir informações e essa foi a primeira de uma série de palestras que realizaremos”, concluiu.

Todo cuidado é pouco

– Nunca manipule ou recolha seringas, agulhas ou objetos perfurocortantes. Chame um enfermeiro ou profissional de saúde e peça para que ele descarte corretamente o material, na caixa adequada;

– Use sempre os EPIs;

– Exija a vacinação contra hepatites;

– Em caso de acidentes, solicitar o registro da CAT;

– Nunca despreze uma lesão. Exija assistência médica;

– O descarte e treinamento adequado minimizam as chances de contaminação a quase zero;

– É preciso formar comitês para nortear planos de prevenção de riscos de acidentes por perfurocortantes nas instituições de saúde;

– É recomendável incluir a comprovação da vacinação contra a Hepatite B na Avaliação da Execução dos Contratos;

– Trabalhador, empresa terceirizada e contratante são co-responsáveis.