O amor rege as famílias, não um Estatuto

 O amor rege as famílias, não um Estatuto

A sociedade é dinâmica e as relações familiares mudam mais rapidamente do que o moral de pessoas que ditam os usos e costumes. Apesar de a Comissão Especial sobre o Estatuto da Família (PL 6.583/13) ignorar a realidade, milhares de brasileiros vivem relações homoafetivas.

As auxiliares de limpeza Jucelene Alencar da Silva Santos, 39, e Lucineide Maria da Silva, 49, comemoram no dia oito de novembro um ano de casadas. Felizes da vida, elas legalizaram a relação após três anos de vida em comum.

O casal se conheceu no dia oito de janeiro de 2012, num hospital. Lucineide viajou de São Paulo para Pernambuco acompanhar o irmão, que estava internado num hospital se tratando de um câncer. A companheira, coincidentemente, foi ao mesmo hospital acompanhar a irmã numa consulta. O irmão não resistiu, mas Lucineide voltou a São Paulo com Jucelene no dia 23 de março.

“Foi amor a primeira vista”, contaram. Jucelene completou dizendo que, na época, “foi uma revolução na cidade”, pois ela era casada e mãe de três filhos! Em pouco tempo, contudo, ela recebeu a benção da família. Inclusive a caçula migrou para a capital paulista e vive com o casal.

 “Não escondemos a nossa relação, pois vivemos o amor e nos respeitamos”, ressalta Lucineide. Afinal, o amor acontece e elas o encontraram quando vivenciaram a dor, que souberam transformar em amor.

A vida de Jucelene parece mesmo cheia de surpresas… Uma coincidência, e a boa vontade de líder, também a levou para o Asseio e Conservação:

 “Eu estava num banco e falei alto que nunca iria encontrar um emprego em São Paulo. Uma senhora ouviu e responde: vc quer um emprego. Venha comigo.

No mesmo dia, há dois anos, ela conseguiu o trabalho tão sonhado e ainda hoje agradece à encarregada, dona Angelina. Um ano e dois meses depois levou a companheira, que, que trabalhava numa indústria confeccionando sacos de lixo. Hoje elas dividem o trabalho, o lar e o amor.