No futebol de várzea, o sindicato -cidadão promove o esporte, o trabalhador e a família ao apoiar a Copa Siemaco CDC Taipas

 No futebol de várzea, o sindicato -cidadão promove o esporte, o trabalhador e a família ao apoiar a Copa Siemaco CDC Taipas

IMG_8684A.jpg Copa Siemaco CDC Taipas – Lagoa

A grande final aconteceu no domingo do ano, dia 27 de dezembro, reunindo a comunidade do Parque Taipas e entorno. Coincidentemente, o time da casa, o R6 Inquebráveis, disputou com o vizinho Grêmio Paulistano. O convidado chegou fazendo pressão, com bateria animada e fogos de artifício nas cores do time: preto e amarelo: A torcida anfitriã aguardou educada e pacientemente até que os seus atletas entrassem em campo para explodir em festa, replicando na bateria e fogos em vermelho e branco.

A partida correu tranquila, quase morna no domingo de manhã onde o sol deu uma trégua, mas aqueceu acordando a galera que lotou a arquibancada e sede do Centro Desportivo Comunitário. Na véspera, a chuva intensa quase interditou o campo, mas um caminhão de areia garantiu a competição. A terra que virou lama deu cor, tom e emoção adicionais à partida de futebol.

Famílias inteiras, torcedores de todos os times cantaram e dançaram o tempo o tempo todo, fazendo a própria festa. As torcidas adversárias vibraram lado a lado, sem a necessidade de espaços vazios nem policiais para evitar brigas. Afinal, rivalidade só em campo.

A emoção eclodiu aos 22 minutos do segundo tempo, quando o goleiro deixou a linha e marcou o gol de falta. Nesse momento acabou a cortesia e os torcedores bradaram: o R6 ganhou! Os atletas gremistas tentaram reagir e a torcida, apreensiva, bradou “Eu acredito!” … Até emudecer quando, aos três minutos do acréscimo se calou de vez, após a falta desperdiçada.

Digão, mais do que um goleiro, herói

Ele chegou como reserva, mas depois de apenas dois jogos ganhou a titularidade. “É goleiro brigador”, atestou o presidente do time, Adriano de Araújo. Invicto na competição, ele só não levou o troféu de melhor goleiro, que ficou com Robson, do Grêmio, mas levantou a taça de campeão.

E pensar que ele havia sido expulso por cometer falta pelo juiz, que advertido pelo bandeirinha, melhor posicionado, mostrou o erro ao colega, que voltou atrás… No lance vitorioso, abandonou as quatro linhas, trocou as mãos pelos pés, acariciou a bola, que desviou na barreira e furou o travessão. É gol!

O R6 mostrou que a união faz a força. Afinal, o time não teve tempo de treinar para a partida final. “A nossa regra para entrar em campo é amar o futebol. Todos entendem que o melhor entra em campo”, enfatizou o também presidente Renato Martins, o Grelo.

Aos 40 anos, Sidney Horácio sagrou-se artilheiro e o melhor atleta do campeonato, com nove gols marcados pelo Veterano Futebol Clube. O time, considerado favorito, perdeu na semi-final para o Grêmio, nos penaltes.

Apoio mais do que essencial

Vinte e quatro times disputaram a taça ao longo de dois meses e meio.A paixão pelo futebol garantiu o custeio das despesas do espaço, graças às mensalidades pagas pelas equipes, mas o apoio do Siemaco foi fundamental para o sucesso do torneio.

“Nós resgatamos o CDC para tirar a molecada das ruas e garantir lazer às famílais”, afirmou o presidente do Centro Desportivo Comunitário, Cleverson Aguiar. Começando o seu segundo mandato, ele contou que o clube estava desativado, interditado pela prefeitura, mas que a partir da mobilização da comunidade e o apoio do Siemaco, oo espaço foi reativado. São muitos os planos, como uma escolinha de futebol infantil. “Aqui no CDC brigas só dentro de campo. É um espaço familiar, frequentado por crianças e idosos”.

Ele concluiu que o apoio do Siemaco foi fundamental para garantir a festa. Afinal, sem bolas troféus e medalhas não dá!. Representando o sindicato, o diretor Elmo Nicácio, Lagoa, foi taxativo: também é papel do sindicato investir na prática esportiva, nas comunidades e identificar dentro delas novos trabalhadores e levá-los para a categoria!

Ao lado do também diretor Fábio Cruz, Lagoa integra o time dos coletores, Mamados do Morro, como zagueiros. Eliminados nas oitavas de final pelo campeão, o R6, eles tinham dois motivos para torcer pelo time do bairro: a desculpa de que perderam para o campeão e somar ao gito da galera de Taipas.

Até cinco meses atrás o coletor da Loga, Raimundo Rodrigues, 31 anos, trabalhava na construção civil, mas mudou de profissão, graças à aproximação com o sindicato. Garantindo que não se arrepende, afirmou que apenas não torce pelo time dos colegas, pois é volante/zaguerio do Paratudo Futebol Clube.

Apesar do clima de festa, a partida final foi encarada com muito seriedade pelo quarteto de árbitros, formado pelo juiz titular Paulo César Pereira da Silva, os bandeiras Valtinho e Viola e o quarto árbitro, Carlos Ribeiro Filho. “Estamos aqui para garantir a integridade física dos jogadores”, enfatizou o veterano Carlos. Entre as 12h13 minutos até o apito final eles foram as autoridades maiores e fizeram valer as regras. Inclusive nenhum fogo de artifício foi atirado em campo e sequer houve invasão da torcida. Só não conseguiram coibir a invasão das ruas da comunidade, pelos munícipes.