Varredores de ruas de São Paulo decretam Estado de Greve após assembleia com o Siemaco

 Varredores de ruas de São Paulo decretam Estado de Greve após assembleia com o Siemaco

Milhares de trabalhadores da Limpeza Urbana reuniram-se no início da tarde dessa quinta-feira (10), em todos os setores de trabalho das empresas Inova e Soma, para debater à ameaça de demissão coletiva. Na segunda-feira (7) a prefeitura municipal anunciou que irá reduzir pela metade os serviços de varrição na capital paulista. Unanimemente, os varredores, apoiados pelos colegas, inclusive os motoristas, votaram pelo Estado de Greve. 

“É inadmissível que, no apagar das luzes, o prefeito Fernando Haddad entregue a prefeitura desse jeito, demitindo trabalhadores humildes e que são chefes de família. O sindicato não irá aceitar que o lado mais fraco pague a conta da prefeitura”, discursou o presidente do sindicato, Moacyr Pereira, aos trabalhadores da Garagem Barra Funda, da Inova. 

“Quero deixar claro que o sindicato não irá recuar para manter os empregos e os direitos dos trabalhadores”, garantiu. Afirmou ainda que cortar pela metade dos serviços de varrição (e complementares) gerará o caos político, social e público na cidade de São Paulo. 

O sindicato está negociando com as empresas, o secretário de serviços, Simão Pedro e o governo de transição para reverter as demissões. Ainda nessa quinta-feira, a diretoria do Siemaco se reunirá com o sindicato patronal, o Selur, que intermediará uma rodada de negociações com as empresas responsáveis pelos serviços de varrição: Inova e Soma. 

O sindicato já entrou com pedido de audiência no MInistério Público do Trabalho para proibir as demissões em massa. “Dispensa coletiva é proibida pela legislação”, complementou Moacyr.

Contando com o apoio do Sindicato dos Motoristas (Steriiisp), Moacyr exige uma tomada de posição das empresas. Avisou que estará atento às demissões, que podem ser fragmentadas até atingir mais de 3 mil trabalhadores. 

Dificuldade de retornar ao mercado de trabalho

 Formando a base da pirâmide social, a maioria entre os trabalhadores da varrição são homens e mulheres de meia-idade e idosos, com baixa escolaridade e que, caso demitidos, terão dificuldades de retornar ao mercado de trabalho. O Siemaco estiva que u a quatro varredores correm risco de demissão, mas que os cortes poderão ultrapassar os 3 mil iniciais e envolver outras atividades da Limpeza Urbana.