Gestão do Absenteísmo não deve ser ignorada
No ambiente de trabalho cada peça deve se encaixar com perfeição para que os resultados possam ser alcançados. As equipes de Recursos Humanos, apesar de estarem na retaguarda das ações, são fundamentais para que o planejado se realiza. O que corre o risco de acontecer em decorrência das faltas, acidentes de trabalho e doenças.
Para orientar como gerir de forma ideal esses obstáculos, o Siemaco em Gestão convidou o advogado Fábio João Rodrigues para ministrar o workshop Afastamento por Incapacidade e a Gestão do Absenteísmo. Setenta e um convidados, representando 29 empresas, participaram do curso realizado no último dia 18, no auditório do sindicato,
“Vocês precisam entender e convencer a diretoria que realizam um trabalho estratégico. Afinal, as horas de trabalho não efetivadas implicam em custos para as empresas”, salientou o palestrante.
Orientou ser necessário acompanhar os dados relativos às faltas ocasionadas por doenças, comparecimento às consultas médicas, acidentes de trabalho e afastamentos, criando um histórico que possa ser compreendido e apresentando soluções a serem incorporadas. Tanto em números, tendências, custos e resultados.
O ideal, explicou, seria a adoção de uma Gestão Integrada Segurança e Saúde ocupacional, somando análises comportamentais, técnicas, jurídicas e administrativas visando diminuir o absenteísmo e minimizar as consequências das ausências na rotina das equipes dos profissionais que estejam gozando benefícios previdenciários. “Tomem cuidados com os programas de assiduidade, pois a presença estimulada pro gratificações podem ser ruim a longo prazo”, alertou.
Desafios são mais motivadores do que o salário
Lembrando que o salário é a contraprestação dos serviços, pelos colaboradores, Fábio Rodrigues alertou que para diminuir as ausências é preciso entender a lei e a organização, checar os benefícios praticados, estabelecer o limite da organização. Usem os dados de forma estratégica. Sobretudo, usar esses dados em favor da empresa e não apenas como despesas, que são significativas.
Tão importante quanto entender os direitos legais (legislação) e adquiridos através das Convenções Coletivas de Trabalho e Acordos Coletivos negociados com o sindicato é vital para a saúde financeira e organizacional da empresa saber os porquês das faltas, aconselhou. Checar as condições laborais e epidemiológicas das equipes, além das características pessoais do funcionário que tem histórico de faltas.
Ou seja, o trabalho também tem de ser prazeiroso para estimular o profissional. Por outro lado, não pode ser relevado a um segundo plano, afinal é a condição essencial do contrato de trabalho.
Debate acirrado
Ao mesmo tempo em que oferecia as informações legais, o advogado foi respondendo às questões dos participantes, que não foram poucas. De informações simples à complexidade de exceções, que podem gerar regras. A troca de experiências foi enriquecedora afinal as dúvidas costumam ser parecidas!
“É preciso aliar o que a legislação às regras da empresa negociações com o sindicato ao bom-senso”, resumiu. “Tenham uma visão estratégica, analisando as estatísticas, compilando os dados e normatizando soluções através de regras”, afirmou lembrando que a direção da empresa aceitará implantar programas direcionados à gestão do RH que mostrarem o custo/benefício.
“Qual o limite que das empresas em suportar as ausências? Se não for estabelecida vira terceiro setor”, provocou o Dr Fábio.
As colegas Jéssica Balbino e Aracilda Catarina classificaram o workshop como “muito bom”. Afirmando que foram debatidos pontos que elas identificam diariamente na empresa G2 Serviços, disseram que o “bom senso” é a estratégia utilizado. Para Robson de Oliveira, da Whiteness, diminuir o número de atestados será um desafio. São mais de 150 por mês, cerca de 10% da folha de pagamento”, confidenciou.
Para não faltar ao curso, a auxiliar de enfermagem Cleideci Almeida Dias levou Yasmin, de apenas cinco anos, ao sindicato. Contou que a filha está se submetendo a um tratamento médico, por isso ela firmou um acordo com a empresa. No dia a dia, ao receber atestados médicos dos colegas, ela alinha as ações com o médico do trabalho.
O palestrante lembrou a possibilidade de negociações com o sindicato, em ações pontuais, para serem firmados acordos que beneficiem todas as partes. A diretora Silvana Souza, responsável pelo Siemaco em Gestão, ressaltou ser preciso atenção à Convenção Coletiva de Trabalho, que garante direitos baseados nas necessidades das categorias representadas e acordadas entre empresas, sindicatos com a aprovação dos trabalhadores.