Conscientizar para mobilizar rumo à negociação coletiva justa e vitoriosa

 Conscientizar para mobilizar rumo à negociação coletiva justa e vitoriosa

Durante a segunda assembleia preparatória para a negociação coletiva da Limpeza Urbana 2017, na quinta-feira ( 29), o presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, acompanhado pela diretoria sindical, aproveitou para debater a reforma trabalhista, pontuando os pontos desfavoráveis que podem comprometer a estabilidade do trabalhador brasileiro. Ressaltou principalmente a representação dos empregados no local de trabalho.

“A reforma trabalhista não estabelece como o sindicato irá participar da eleição dos representantes no local de trabalho, o que está previsto para as empresas com mais de 200 empregados, como acontece na Limpeza Urbana. Esta mudança prejudicará os trabalhadores, que poderão perder a representação sindical tão importante. Aqui em São Paulo somos fortes, mas como ficará no restante do país, onde um empregado indicado pelo patrão poderá responder pelos colegas? Se o sindicato não participar quem dará as cartas?”, questionou Moacyr. Até mesmo o processo de homologação e a representação judicial (Justiça do Trabalho) poderá ser feito por representantes indicados pela empresa, explicou.

Na sequência, adiantou que a pauta de negociação com o sindicato patronal será redigida de forma consciente, junto com a categoria. “Um processo de negociação coletiva é complicado, pois todos os atos têm consequências. Por isso a participação dos trabahadores é fundamental”, afirmou Moacyr, pedindo para que todos convidem os colegas para a próxima assembleia e multipliquem as informações recebidas.

Os coletores da Soma (Alojamento Ipiranga) foram conferir o que o sindicato tem a falar. Leandro da Silva Santos foi levado pelo colega, Wagner José da Silva. “É a primeira vez que eu participo, disse o trabalhador que tem 38 anos e está na Limpeza Urbana há cinco. “Ele disse que era importante eu vir conhecer e saber o que está acontecendo”, completou. Wagner, 28 anos e seis de Soma, foi taxativo: o sindicato sempre nos ajuda quando precisamos. Atento a todos os detalhes, ele faz questão de participar de todas as reuniões sindicais e inclusive deu o seu depoimento.

Como ele, a veterana Maria Pelágio dos Reis Davi, está sempre presente e ciente do que está acontecendo no sindicato. “Eu não marco nenhum compromisso quando o sindicato me chama para alguma atividade”. Ao lado do colega Nzuzu Molo, imigrante angolano, ela testemunhou a relevância de o trabalhador validar as ações do Siemaco, comparecendo às reuniões, participando ativamente das negociações e principalmente sendo filiado.

Também filiado ao sindicato, o angolano Afonso Pambele Kinyamu trocou a sala de aula do sindicato, onde estuda o idioma Português, pela primeira fila do auditório, atento às informações. Refugiado, o imigrante teve de deixar o seu país em busca de uma nova oportunidade na vida, e recomeçou como auxiliar de serviços diversos da Inova (Alojamento Perus). Mesmo de férias nas aulas, eles fez questão de ir ao sindicato, um local que ele sabe que pode contar quando necessitar de apoio. 

“Participar do processo de negociação é ótimo para os trabalhadores, pois assim temos o conhecimento da importância da atuação do sindicato no local de trabalho e representação”, disse o apontador de horas da Loga, Orimar Pereira de Quadros. Ele destacou o fato de o presidente Moacyr Pereira ter enfatizado a necessidade de uma reação do sindicato frente as empresas, negociando em defesa dos direitos dos trabalhadores.