Campanha salarial da Limpeza Urbana 2017 resulta em ganho real de 2% nos salários e 5% nos benefícios

 Campanha salarial da Limpeza Urbana 2017 resulta em ganho real de 2% nos salários e 5% nos benefícios

Após uma reunião tensa, onde os sindicatos representativos e patronal discutiram os termos da pauta de reivindicações à exaustão, a negociação coletiva foi consolidada na tarde de quarta-feira (20). Os trabalhadores presentes no encontro aceitaram por unanimidade a proposta do Selur de 2% (dois por cento) de aumento salarial e 5% (cinco por cento) nos benefícios.

Pouco antes, em assembleia prévia realizada no escritório da Avenida Paulista, os trabalhadores haviam sugerido 2,5% de reajuste salarial e 4% nos benefícios. Com a contra-proposta dos patrões aceita, o acordo foi fechado. Ficou acertado a reposição das perdas inflacionárias, de 1,73% (INPC) com ganho real nos salários e valorização das cláusulas sociais.

Resumidamente, o Siemaco e o Steriiisp conquistaram a garantia da data-base, manutenção das cláusulas das CCT anteriores, a homologação nos sindicatos (regras serão definidas), qualidade efetiva no convênio médico, representação sindical nos locais de trabalho. Também, a manutenção de um fórum de negociação permanente para estudar os demais itens da pauta e adequação das novas regras (Reforma Trabalhista) conforme as demandas.

“Ganho real em época de deflação inflacionária é uma conquista dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Siemaco, Moacyr Pereira.  Mais uma vez o Siemaco garante aumentou acima da inflação.

Trabalhando juntos pelas conquistas sindicais

Moacyr, José Alves do Couto FIlho -Toré (sindicato dos motoristas) e Márcio Matheus (sindicato patronal) assumiram um compromisso com a manutenção da qualidade dos serviços da Limpeza Urbana, que valorize os trabalhadores. Os três ressaltaram que o movimento sindical irá se fortalecer com a Reforma Trabalhista e o desafio a ser perseguido será a representatividade, com a definição de qual será o perfil dos trabalhadores/empresas defendidas pelos sindicatos.

“As conquistas sindicais são de todos ou daqueles que fortalecem os sindicatos, a partir da filiação?”, questionou Moacyr. “Não é papel dos sindicatos fazer as empresas cumprir a sua parte do acordo”, ressaltou Toré. Matheus lembrou que será preciso definir com exatidão quem integra uma categoria, ressaltando a importância da contribuição sindical  para que os sindicatos possam realizar os seus trabalhos.  

Lembrando a dificuldade em se fechar uma Convenção Coletiva de Trabalho às vésperas da Reforma Trabalhista, que entrará em vigor em 11 de novembro, e licitação do contrato de varrição, em 15 de dezembro, Matheus desabafou: Temos um Estado muito invasivo, que quer lucrar em tudo.

Itens específicos dos dois sindicatos serão analisados e negociados separadamente. Os três sindicatos, contudo, firmaram o compromisso: o que é conquista do sindicato é direito do trabalhador.

Trabalhadores atentos e participativos

Pouco antes da assembleia, o ajudante de serviços diversos, Ailton Dias, 53 anos, antecipava que os patrões chegariam a 5% de aumento nos benefícios. Quanto ao salário, ele estava cético, mas ficou satisfeito com o aumento de 2%, que soma a reposição inflacionária com aumento real .

Ex-metalúrgico, ele trabalha na Soma há sete meses e atualmente, na capinagem, resgata um pouco da sua história vivida na roça, em Minas Gerais. Na casa dele todos trabalham, pois não dá para viver somente com o trabalho na Limpeza Urbana. Mas ele não reclama e garante que gosta do que faz.

Pouco antes, Moacyr Pereira havia pedido para que os trabalhadores pensassem numa proposta aos patrões. “Qual é o Limite?”, questionou. “A nós, dos sindicatos, cabe orientar vocês, mas a decisão será tomada junto aos trabalhadores”, afirmou. Após a conclusão das negociações todos aplaudiram a decisão, aprovada por unanimidade!