Patrões negociam reajuste da inflação mas Siemaco brigará por aumento real

 Patrões negociam reajuste da inflação mas Siemaco brigará por aumento real

Na segunda rodada de negociações da campanha salarial da Limpeza Urbana 2017 já foram garantidos o repasse da inflação do período (salários, benefícios e demais valores expressos em reais), manutenção da data-base e das cláusulas das Convenções Coletivas anteriores, independentemente das novas regras advindas da Reforma Trabalhista que passa a vigorar em 11 de novembro. O Siemaco quer mais: aumento real e a negociação dos itens da pauta de reivindicações.

Argumentando que a correção inflacionária  de 1,73% de aumento (INPC) é justo para começar, porém pouco para ser consolidada, o presidente Moacyr Pereira ressaltou que o Siemaco está brigando na Justiça pelo direito à insalubridade para os Ajudantes de Serviços Diversos. Também, que benefícios sociais, como desjejum será uma meta a ser conquistada e a manutenção dos empregos é prioridade.

Mais uma vez os dirigentes do sindicato patronal, o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana), contextualizaram que vivem um momento de incerteza econômica e política, mas a diretoria do Siemaco, apoiada pela comissão de trabalhadores presentes, mostrou que “trabalhador unido jamais será vencido.” “Dezessete reais é muito pouco para o bolso do trabalhador” enfatizou o diretor financeiro do Siemaco, André dos Santos Filho.

Uma nova rodada de negociações ficou agendada para a manhã de sexta-feira (15), no Selur. Dentre os tópicos de destaque, a questão doa homologação como um direito do trabalhador que deve ser realizada nos sindicatos.

Novos tempos

Moacyr Pereira alertou que atualmente os sindicatos representam todos os trabalhadores, mas que a nova legislação deverá gerar uma diferenciação entre os filiados ou não. Disse que até então os direitos conquistados são de todos, inclusive que o sindicato repassa 0,35% da folha para o benefício do convênio médico, mas que nem sempre isso é justo para com os filiados.

“Chegou a hora de beneficiar os filiados, que acreditam e investem em seus sindicatos”, argumentou. Mais uma vez destacou que a Reforma Trabalhista trará pontos negativos e positivos e que os sindicatos têm de se apropriar e negociar por aqueles que lhe são favoráveis.

 “O sindicato que sobreviverá será aquele que o trabalhador quer que sobreviva”, concordou o presidente do Steriiisp, José Alves de Couto Filho (Toré). Para o presidente do Selur, Marcio Matheus, chegou a hora do “sindicalismo de resultados”.

“Eu não acho justo uma contribuição negocial compulsória”, afirmou Moacyr. Para ele, o pagamento da taxa deve ser definida em Convenção Coletiva de Trabalho e aprovada pela categoria. Para ele, a filiação fortalecerá a todos os aqueles que acreditarem em seus sindicatos.

Para a varredora Maria Pelagio dos Reis Davi, 67 anos, ser uma trabalhadora filiada é estar protegida e amparada quando necessário.  “O governo está querendo tomar tudo da gente e o sindicato não vai deixar, pois ele sabe como agir frente às ameaças.”

O outro lado

Dando sinais de que poderá avançar nas negociações, a diretoria do Selur, mais uma vez, enumerou as dificuldades enfrentadas: licitação para os serviços de coleta, a inadimplência da Prefeitura Municipal pela prestação de serviços e a “concorrência desleal” com a aprovação do projeto de lei que autorizou a formação de uma holding de economia mista através da reorganização societária da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que vislumbraria a prestação de serviços na Limpeza Urbana.

“É concorrência desleal, numa tentativa evidente de desestruturar o setor da Limpeza Urbana. O Selur irá contestar essa medida nos órgãos competente”, adiantou Marcio Matheus.

Afirmando que o sindicato patronal também deseja a valorização do trabalhador do setor, argumentou que em ao longo de uma década concedeu aumento real de 10% para os profissionais. No final, todos garantiram que irá cobrar da prefeitura um compromisso com a valorização do trabalho do símbolo da campanha do prefeito João Dória:  o gari!