Praças e Parques de São Paulo têm de ser prioridade como área de lazer e preservação da vida

 Praças e Parques de São Paulo têm de ser prioridade como área de lazer e preservação da vida

A 16ª edição da Conferência P+L Produção mais Limpa, realizada na segunda-feira (4), na Câmara Municipal de São Paulo, abordou uma temática imprescindível para a manutenção da vida nos grandes centros urbanos: as áreas verdes da cidade de São Paulo. O proponente e presidente da conferência, o vereador Gilberto Natalini (PPV-SP), convocou todos a conhecerem as “Ameaças e Conquistas” e proteger as Áreas Verdes antes de elas acabem. Foi enfático ao conclamar os munícipes, autoridades e ativistas a se engajarem na luta pela manutenção do verde na capital paulista.

O presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, abriu a mesa principal dos debates enfatizando que a sociedade civil precisa se organizar para fazer de São Paulo uma cidade melhor para se viver. Ressaltou que dos 31 distritos da capital, apenas oito mantém o metro quadrado de área verde por habitante (m2/áreaverde/hab) recomendado pela OMS para se viver com qualidade. “Duas delas, Parelheiros e Cantareira, formam o pulmão verde da cidade”, destacou.

Denunciando que os gestores deixaram de investir nos parques e praças paulistanos, Moacyr divulgou que maio de 2016 o prefeito Fernando Haddad, não renovou os contratos de prestação de serviços terceirizados das áreas verdes, reduzindo de sete mil para um mil o número de trabalhadores. O atual prefeito, João Dória, alegou falta de verba. Enquanto isso as áreas verde estão abandonadas às pragas e invasões.

Além de lutar pelo emprego da categoria das Áreas Verdes, o Siemaco defende a essencialidade do trabalho dos profissionais do segmento. Inclusive, oferece gratuitamente curso de capacitação e reciclagem em jardinagem, através da sua Central de Cursos, e mantém a Praça Marechal Deodoro, onde está o Monumento aos Trabalhadores da Limpeza, doado pelo sindicato à capital paulista.

Moacyr elogiou Natalini pela escolha de tema tão oportuno e o seu protagonismo na luta pela preservação da meio ambiente. O vereador, por sua vez, salientou o exemplo de sindicalismo do Siemaco, que além de cuidar dos trabalhadores da base da pirâmide, é engajado nas causas da sustentabilidade.

“Não é fácil comum um sindicato que abrange a sustentabilidade como uma de suas bandeiras. Moacyr é um exemplo para os sindicalistas, mostrando como se pode fazer tanto junto”, disse o vereador. Ressaltou que o Siemaco é parceiro da Conferência desde a primeira edição, em 2002.

Sustentabilidde: prioridade a ser conquistada

Três secretários do meio ambiente – o atual responsável pela pasta no Estado, Maurício Brusadrin, e os ex-secretários municipais Eduardo Jorge e Gilberto Natalini- relataram as dificuldades em priorizar políticas públicas e verbas voltadas à sustentabilidade. Eduardo Jorge conclamou que seja formada uma organização de defesa do meio ambiente, para articular ações com a sociedade, o governo e que “saia em defesa das árvores da cidade e fale por elas”.

“Mais do que necessidade, manter áreas verdes nas cidades é uma questão de e saúde, utilidade pública e é um direito humano”, enfatizou. Em resposta, Natalini defendeu a proposta de mobilização  para criação de uma Sociedade Amigos das Áreas verdes , Parques e Praças de São Paulo.

 Brusadin pediu ajuda para os ex-colegas, que chamou de referência na causa pela sustentabilidade e promoção de um debate nacional sobre a temática.  “Precisamos aglutinar as nossas energias”, justificou. 

Um por um, as autoridades presentes na mesa de abertura da Conferência enumeraram os motivos que são favoráveis pela preservação do meio ambiente. Na sequência, Natalini proferiu a palestra magna “Áreas Verdes de São Paulo. Ameaças e Conquistas. Proteja antes que acabe” e especialistas se revezaram nos debates técnicos.

Conquistas a serem celebradas

Apesar de denunciar que a capital paulista vive “uma devastação”, resultado do processo de urbanização e invasão que limitam as “manchas verdes” de São Paulo a pontos minúsculos, Natalini lembrou que desde a primeira conferência, realizada em 2002, compromissos foram cumpridos.

Por exemplo, o Programa Defesa das Águas, que apenas em 2016 gerou a economia de14,8 bilhões de litros de água potável graças à utilização de água de reuso na limpeza de vias públicas; o Projeto Córrego Limpo, infelizmente interrompido e a construção de 70 parques dos cem previstos pelo Programa 100 Parques Urbanos. A meta atual é plantar 200 mil,árvores na cidade  “Temos de parar de ocupar o espaço urbano com edificações”, disse.

Para Natalini,“ter amor às árvores é ter amor à si mesmo”. Se depender do vereador e de seus mais de 200 apoiadores, as praças, parques e reservas verdes de São Paulo voltarão a ser espaços públicos de lazer e saúde.

O Siemaco SP orgulha-se de integrar não apenas esta rede de defesa pela meio ambiente como  de representar os trabalhadores das Áreas Verdes, que deixam a nossa cidade mais bonita!

Importante:

Árvores:

– amenizam o microclima, diminuindo as ilhas de calor;

– reduzem as enchentes e alimentam os lençóis freáticos;

– protegem a fauna silvestre;

– protegem contra a emissão carbono;

– reduzem ruídos e poluição;

– emblezam a cidade.

Relação verde/população

Os paulitanos contam com apenas 2,88m2 de área verde, enquanto a ONU/OMS preconiza  o mínimo de 12 m2/hab e 36m2/habitante como ideal.

Preço da Manutenção dos Parques:

R$4,65 por usuários, considerando 38,7 milhões de visitantes/ano e orçamento anual de R$ 180 milhões/ano (o orçamento atual da prefeitura é de R450 bilhões)

Áreas Verdes de São Paulo

– 5023 praças, que ocupam apenas 0,76% da área do município;

– 107 parques municipais, que ocupam apenas 2,7% da área municipal;

– 1,5 milhão de árvores, sendo 700 mil em arborização viária.

Desafio:

Até 2030 contabilizar mais de 30% de áreas de verdes e atingir o índice de15m2de área verde por habilitante.