Nós apenas queremos uma oportunidade de trabalho…
A Central de Vagas do Siemaco é um porto seguro para quem busca recolocação no mercado formal de trabalho. Diariamente, candidatos às vagas oferecidas ou pessoas em situação de desemprego buscam o sindicato como um farol, ou âncora.
Um grupo de oito imigrantes fizeram o mesmo caminho, na semana que antecedeu o carnaval. Nsimba MIguel Maiona, angolano de 29 anos, liderava o grupo e pedia à responsável pelo serviço, Lígia: nós só queremos uma oportunidade!
Há seis meses no Brasil, ele e os amigos estão abrigados, provisóriamente, na Igreja Apostólica Resgate da Vida. Antes, viveram durante três meses na Casa do Imigrante, mas tiveram de sair após o prazo estipulado, para dar lugar a outros imigrantes.
Diariamente, saem para as ruas da capital paulista buscando serviço remunerado. Tarefa nada fácil. O caminho do Siemaco foi delimitado pelo amigo congolês, Evelino, que já tem cadastro na Central de Vagas do Siemaco, mas ainda não conseguiu uma chance no mercado.
Destino incerto
Se as coisas não vão bem no Brasil, em Angola estão muito pior, conta Nsimba:
“Tudo acabou para nós, não há trabalho no meu país, que vive uma situação de guerra”. Ele deixou dois filhos em Luanda, e um currículo que incluiu experiência na área de marketing, estoque e limpeza hospitalar. Com curso superior, ele foi se adaptando, diminuindo as expectativas, até que não lhe restou a opção de imigar para o Brasil, em busca de serviço.
As histórias dos conterrâneos André Mateka, Malembo, Júlio, Mbala, Menakuntima, Darmol são parecidas. Eles falam vários idiomas, mas ainda não dominam o português do Brasil, principalmente a escrita.
Bem preparados profissionalmente e resilientes por natureza, aceitam qualquer emprego, pois têm de sobreviver no Brasil e ajudar os que ficaram em seus países. E não cansam de repetir: nós apenas queremos uma oportunidade para trabalhar…