Os desafios e ações do sindicalismo global para enfrentar a realidade laboral são delimitados em São Paulo
Após quatro dias de intensos debates, termina hoje (30) o Seminário Continental de Formação Sobre Instrumentos Internacionais e a OIT. Na quarta-feira (29) o Siemaco recebeu sindicalistas provenientes das Américas (Central, Sul e Norte) e da Bélgica, representando especialmente o segmento de serviços e afins.
O presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, contou para os colegas sobre o Projeto Semáforo e a experiência local para estimular a filiação de trabalhadores, que culminou na premiação Breaking Through, da Uni Global Union, entregue em junho passado. Na ocasião, o Siemaco SP foi reconhecido como referência sindical.
Ao longo do dia, experiências brasileiras em diferentes áreas foram mostradas. O Secretário Geral da CSA, Victor Baez e Gustavo Luis Triani, da Uni América, também falaram aos colegas.
A luta sindical é sinérgica em todo o mundo
Com pauta ampla, o encontro, promovido através de parceria entre a Confederação Sindical de Trabalhadores da América (CSA) e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) visa a troca de experiências e encontrar soluções comuns, que possam ser praticadas independente do local onde o trabalhador e sindicatos estejam inseridos. Além de temas clássicos da luta sindical, avanços e retrocessos nas legislações trabalhistas e novos pontos focais resultantes da globalização foram inseridos como temas. Entre eles: a agenda 2030, da Onu (Objetivos do Desenvolvimento Sustentáveil), fluxos migratórios e consequentes desafios como trabalho decente e proteção social.
No segundo dia, os principais temas abordados foram “A violência nos locais de trabalho” e o “Déficit do Trabalho Decente nas Cadeias Produtivas”. A discussão sobre a realidade da mulher trabalhadora foi evidenciada.
Compartilhar experiências para somar ações
Na abertura do evento, o presidente da UGT, Ricardo Patah, destacou a importância das ações sindicais para que os trabalhadores (brasileiros no exterior ou imigrantes em solo nacional) sejam recebidos com dignidade. Enfatizou ainda o engajamento da central sindical para a difusão e prática dos ODSs. Ao dar as boas vindas aos líderes sindicais fez a seguinte referência “a todos que desejam um mundo melhor, solidário e cidadão”.
Representando a CSC, Philippe Yerna e Annick de Ruyver, valorizaram o trabalho dos sindicalistas brasileiros no enfrentamento da atual crise política, que reflete no emprego e movimento sindical. Afirmaram, sobretudo, que as discussões são oportunas e necessárias não apenas para o Brasil, mas também para a Bélgica. Disseram estar “impressionados” com a força do sindicalismo local.
Busca de soluções
Dentre tantas lições aprendidas e por realizar, os líderes sindicais identificaram lutas comuns e planos de ação. Dentre os desafios perseguidos, a ratificação das convenções da OIT, suporte prático aos imigrantes, multiplicação das informações sindicais, retomada do poder das políticas públicas Entre as soluções propostas a formação de cadeias produtivas sindicais, fortalecimento com a participação dos trabalhadores nos parlamentos, identificação dos trabalhadores ocultos nessas cadeias produtivas, criação de um banco de boas práticas de fiscalização.