Diagnóstico precoce do câncer de mama: um desafio que não pode esperar

Andrea Ferreira, diretora do SIEMACO-SP, também é assistente social e ministra palestras sobre o câncer de mama há muitos anos
Neste 4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, especialistas e organizações reforçam a importância do diagnóstico precoce para salvar vidas. No Brasil, o câncer de mama continua sendo o tipo mais comum entre as mulheres e, segundo especialistas, está afetando um número crescente de mulheres jovens.
“O número de casos abaixo dos 50 anos aumentou 40% nos últimos anos, e 20% dos diagnósticos já ocorrem em mulheres com menos de 40 anos. O problema é que os critérios de rastreamento pelo SUS ainda estão desatualizados, priorizando a mamografia para mulheres acima de 50 anos”, alerta Clarisia Ramos, presidente da UNACCAM (União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama).
Estudos como o AMAZÔNIA III e o GBECAM 0115 indicam que pacientes mais jovens costumam ser diagnosticadas com tumores mais agressivos e em estágios avançados. Além disso, mulheres atendidas pelo SUS são diagnosticadas mais tardiamente do que aquelas com acesso a planos de saúde. Em janeiro de 2025, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) cogitou alinhar os critérios dos planos de saúde aos do SUS, o que limitaria ainda mais o acesso à mamografia antes dos 50 anos. A medida foi barrada após mobilização de especialistas e organizações de pacientes.
Dia Nacional da Mamografia
O Dia Nacional da Mamografia, comemorado neste 5 de fevereiro, foi criado em 2008. O principal objetivo é conscientizar as mulheres sobre a importância da realização do exame e autoexame das mamas, método apontado por especialistas como o mais eficaz para detectar precocemente o câncer de mama, uma das doenças que mais mata mulheres no Brasil e no mundo.
O papel da mamografia e a luta por mais exames
A mamografia é fundamental para detectar tumores em estágios iniciais, quando as chances de cura chegam a 95%. No entanto, muitas mulheres esperam entre três e sete meses para realizar o exame pelo SUS. Para mudar essa realidade, a UNACCAM lançou a campanha “Salvar Mais Vidas”, que busca garantir exames a mulheres que precisam com urgência.
Os custos dos exames variam: uma mamografia pode custar entre R$ 250 e R$ 650, enquanto uma biópsia pode chegar a R$ 5.000. “Precisamos agilizar esses diagnósticos. Sabemos que um tumor pode levar anos para atingir um centímetro, mas, depois disso, cresce rapidamente, podendo dobrar de tamanho em poucos meses”, reforça Clarisia Ramos.
A iniciativa conta com o apoio de entidades como o SIEMACO São Paulo, que promove palestras de conscientização em locais de trabalho e comunidades. “Datas como o Outubro Rosa, Dia Mundial de Combate ao Câncer e o Dia Nacional da Mamografia são essenciais para lembrar que o combate passa por educação, diagnóstico precoce e mudança de estilo de vida. O sindicato é um meio para alcançarmos mais pessoas”, afirma Andreia Ferreira, sindicalista e assistente social.


Como Ajudar
A UNACCAM convida a população a contribuir com doações para financiar exames e acelerar diagnósticos. “Cada real doado faz diferença. O câncer de mama não pode esperar”, conclui Clarisia.
Para doações e informações, acesse unaccam.org.br.
*Por Alexandre de Paulo (MTb 53.112-SP), com informações da UNACCAM. Fotos: Divulgação