No “Ato e Canto pela Vida”, SIEMACO-SP exige redução da jornada, fortalecimento das CIPAs e mais fiscalização para proteger trabalhadores

 No “Ato e Canto pela Vida”, SIEMACO-SP exige redução da jornada, fortalecimento das CIPAs e mais fiscalização para proteger trabalhadores

Em memória das vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, o SIEMACO São Paulo participou no domingo (27) do “Ato e Canto pela Vida”, realizado na Praça Vladimir Herzog, no centro de São Paulo. Representada pela diretora Silvana Souza, a entidade reforçou seu compromisso histórico na luta pela saúde, segurança e dignidade dos trabalhadores brasileiros.

O evento reuniu sindicatos, movimentos sociais e instituições públicas que denunciaram as más condições de trabalho e apresentaram propostas concretas para transformar essa realidade.

Brasil registra um acidente de trabalho a cada três horas

O cenário é alarmante: segundo dados oficiais, entre 2013 e 2023, o Brasil contabilizou mais de 6,8 milhões de acidentes de trabalho, resultando em quase 28 mil mortes. Esses números, já expressivos, estão longe de refletir a realidade completa, uma vez que trabalhadores informais e terceirizados muitas vezes ficam fora das estatísticas.

Durante sua participação, Silvana Souza fez um apelo: ” Trabalhar não pode significar adoecer ou morrer. Cada vida perdida é uma denúncia contra a falta de responsabilidade social. Nosso compromisso é lutar para que a saúde do trabalhador seja prioridade no Brasil, não uma preocupação secundária”, afirmou.

Reivindicações por saúde, segurança e dignidade

As entidades sindicais presentes no “Ato e Canto pela Vida” reivindicaram a redução da jornada semanal sem redução salarial, o fortalecimento das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs), a ampliação da fiscalização trabalhista, a integração de políticas públicas entre saúde, trabalho e previdência social, o fortalecimento do SUS na atenção à saúde do trabalhador, a democratização do processo de notificação de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e o respeito pleno aos direitos previdenciários dos trabalhadores adoecidos ou acidentados.

Silvana Souza ressaltou que essas propostas não são apenas necessárias, mas urgentes para reverter um cenário de precarização agravado nos últimos anos. “A vida do trabalhador precisa ser protegida antes, não apenas lembrada depois de uma tragédia. Queremos políticas que garantam prevenção, cuidado e dignidade em cada ambiente de trabalho” , afirmou a diretora do SIEMACO-SP.

Defender a vida é construir um novo futuro

O “Ato e Canto pela Vida” reforçou que, enquanto o trabalho seguir adoecendo e matando, a luta sindical se manterá viva e necessária. Para o SIEMACO-SP, defender condições de trabalho seguras é lutar pelos direitos humanos mais básicos.

Trabalho digno é um direito constitucional. Saúde e segurança não são privilégios; são garantias que devem ser respeitadas em qualquer atividade profissional. “Nosso sindicato reafirma seu compromisso: lutar incansavelmente para transformar a realidade dos trabalhadores e garantir que a vida esteja sempre acima do lucro”, concluiu Silvana.

*Por Murilo Raggio (MTB 89.260/SP); Fotos: Assessoria de Base/SIEMACO-SP/Divulgação