Trabalhadores que prestam serviços de limpeza na USP aplaudem ação do Siemaco

 Trabalhadores que prestam serviços de limpeza na USP aplaudem ação do Siemaco

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Após um dia longo, onde os ex-funcionários da Higilimp locados na Universidade de São Paulo passaram a manhã e parte da tarde no sindicato buscando os seus direitos, todo o esforço foi recompensado. Em assembleia para tirar as últimas dúvidas sobre os próximos passos a serem dados, o diretor João Capana, que representou o sindicato, foi ovacionado com palmas.

“Nós cumprimos o combinado e começamos uma nova relação de confiança, afirmou, garantindo que o interesse do sindicato é o mesmo dos trabalhadores. Salientou a importância de que todos entrem com processos individuais contra a empresa Higilimp (que abandonou os funcionários), provando que os trabalhadores não precisam ter receio, pois o “Siemaco não tem medo de lutar para defender a categoria.” Finalizando, reforçou que a equipe da limpeza precisa se valorizar enquanto um segmento profissional, pois “a USP precisa do trabalho de todos”.

A empresa Gramaplan assumirá o contrato de prestação de serviços na cidade universitária no dia primeiro de março como a terceira colocada na licitação. As solicitações de emprego foram preenchidas e 140 profissionais serão recontratados. Os uniformes serão entregues na próxima quarta-feira (24), no próprio sindicato.

Pesadelo e esperança

Valdinete Maria dos Santos migrou da Bahia há um ano, quando se casou e veio morar em São Paulo. “Eu arrumei emprego com carteira assinada pela primeira vez, aos 41 anos, e estava muito feliz”, mas a lua de mel com a empresa Higilimp acabou com o abandono, em pleno carnaval. “Para mim tudo aconteceu pela primeira vez: cidade nova, casamento, emprego formal e desemprego. Sinto que sofri uma rasteira, mas vou superar tudo isso”.

Com nove anos de Higilimp, Maria Aparecida Soares de Sousa se diz “humilhada”.  Ela estava gozando o período de férias quando foi avisada pelas colegas que a empresa havia sumido. ”A Higilimp atrasou as minhas férias, mas eu reclamei e fui paga”, relatou. A volta ao trabalho, que deveria acontecer no dia 22 foi frustrada, mas a esperança renovada com a promessa de um novo emprego. A colega Aparecida Mendes da Silva, 59, não teve a mesma sorte. Há um ano na Higilimp ela apenas tiraria férias após fazer um ano de serviço, no dia 18 de março.

Damiana Lins, 58 anos, trabalhava na USP como funcionária da Higilimp desde 2003. “Eu era feliz, a empresa nunca tinha atrasado o meu salário”.  A frustração levou a trabalhadora a abrir processo contra a empresa, com a orientação do sindicato. “Eu quero os seus direitos de volta.”

Também veterana, Márcia de Paula, 53,  iria fazer 10 anos de Higilimp no dia 27 de fevereiro. “Entrei em depressão e estou sem dormir de tão preocupada que estou”, desabafou. “Por Deus o sindicato está nos ajudando… Não fosse o Siemaco, cuidando da gente,  o que seria de nós?, resumiu.