Rede de Mulheres da UNI Brasil reúne sindicalistas para debater diferença de gênero
Analisar os fenômenos sociais associados à diferença de gênero numa perspectiva global foi o desafio das mulheres sindicalistas, ligada à Rede de Mulheres Brasil, da UNI. Reunidas cidade de Praia Grande, no Litoral Paulista, entre os dias seis e sete de junho, elas assistiram palestras e debateram os temas propostos, visando soluções e aplicações práticas.
À frente da Coordenação da Rede Mulheres da UNI/Brasil, a diretora do Siemaco, Márcia Adão, abriu os trabalhos. Também responsável pela Secretara da Mulher do sindicato, ela destacou a participação sindical feminina para reverter os problemas apresentados Ao lado dela, a Secretária de Mulher da UGT, Sandra Regina; a Presidente do Setor de Finanças da UNI/Mundial, Rita Berloja; a diretora da Fenattel, Cenise Monteiro e o diretor regional da Força Sindical, Herbet Passos.
Violência
Para falar da Violência Doméstica e os desdobramento da Lei Maria da Penha, foi convidada a vereadora de Goiânia, estado de Goiás, Dra Cristina Lopes Alonso. Ela explicou as diferentes formas da violência física e psicológica, ainda muito frequentes tanto no ambiente doméstico quanto laboral.
“Como tratar o sentimento de incapacidade?”, provocou, salientando que a legislação brasileira contempla a proteção à criança, à mulher e ao idoso; garante medidas de proteção (Programa Protejja / Disque 100/190) e mantém os Conselhos Estaduais da Condição Feminina e delegacias especiais de Defesa da Mulher. Infelizmente, mesmo com essas ferramentas, as estatísticas apontam que a violência ainda está muito longe de ser banida da nossa sociedade.
Já a secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros no Estado de São Paulo, Solange Caetano, falou sobre Violência Homofóbica. Conceituou as diferenças entre homofobia, lesbofogia e transfobia e também apresentou números alarmantes advindas do preconceito.
“Os sindicatos devem criar medidas para o combate à violência e a discriminação”, afirmou. Segundo ela, é urgente criar comitês, debater, pesquisar, mensurar os dados e inserir medidas protetivas nas cláusulas das Convenções Coletivas para tentar reverter as consequências danosas do assedio decorrente ao preconceito.
Relações de Trabalho
Representando o Observatório de Trabalho Decente, Ellen Fernandes esmiuçou o Trabalho Decente, enfocando as atuais mudanças na Previdência Social. Fechando o encontro, Cláudia Patrícia Luna, da ONG Elas por Elas, mostrou a relação da Migração com o Tráfico de Pessoas.Dentre as formas mais danosas de relação de poder, capital e trabalho, está o tráfico humano. “É a exploração do outro pelo lucro”, explicou.
Muito associado ao conceito de invisibilidade, a escravidão moderna é combatida através do Protocolo de Palermo. Ou seja, o tratado internacional que visa punir os responsáveis pelo tráfico de pessoas. O Brasil comprometeu-se com a Organização Internacional do Trabalho em inibir essa prática.
Debate
As diretoras Andrea Ferreira e Daniela Sousa participaram intensamente da oficina, ao lado de uma comitiva do Siemaco. Durante dois dias, militantes de diferentes sindicatos, vindos de todo o Brasil, somaram esforços para a construção de uma sociedade mais justa.