Promovendo e agregando o real valor dos Serviços

Há pouco mais de três anos, Simão Pedro recebeu um convite desafiador: assumir a Secretaria Municipal de Serviços. Desde que foi empossado, em janeiro de 2013, ele focou na melhoria da qualidade dos serviços associados, especialmente a Limpeza Urbana. Assim, conquistou um bom relacionamento com os sindicatos patronal e dos trabalhadores, Selur e Siemaco.

Ao lado de sindicalistas, profissionais e empresários deixou marcas como o movimento “Lixo Cidadão”, a campanha “Todos Juntos contra a Dengue, Zika e Chikungunya”, “São Paulo Cidade Gentil”, “São Paulo Cidade Limpa” e incrementou a Limpeza Urbana com as centrais mecanizadas de reciclagem. Sua postura como gestor público foi fundamental para reverter a demissão que ameaçava milhares de varredores de ruas, no final de 2015.

“Quando fui convidado pelo prefeito Fernando Haddad não entendia nada de lixo, então fui buscar os melhores técnicos para integrar a minha equipe”, contou. Foram inúmeros os avanços, mas ainda há uma meta a ser cumprida e que não depende apenas de políticas públicas: combater o discriminação que sofrem os trabalhadores da Limpeza Urbana.

“Ainda há um fio de preconceito, pois a sociedade associa, equivocadamente, o lixo a algo desprezível. É preciso reverter o preconceito contra os garis”, afirmou ressaltando tratar-se profissionais que atuam como agentes ambientais e de saúde, indispensáveis para a comunidade.

“Quando eu assumi a secretaria, uma das minhas primeiras iniciativas foi conhecer os sindicatos, tanto dos trabalhadores como patronal. A parceria com o Siemaco, através do presidente Moacyr Pereira e diretoria, é feita através do diálogo e uma relação recíproca de respeito”, afirmou Simão Pedro.

Ciente que os trabalhadores da limpeza urbana ainda recebem um salário aquém do merecido, ele ressalta que o Siemaco conquistou avanços reais com negociação, mas que ainda há uma luta grande pela visibilidade pela frente. “Os trabalhadores da Limpeza Urbana exercem uma função estratégica para a cidade, em todas as atividades que executam”, ressaltou.

Atualmente rumando novos desafios, Simão Pedro se desincompatibilizou do cargo de Secretário Municipal de Serviços, mas deixou uma pasta bem estruturada. Os avanços para os munícipes e frequentadores da cidade de São Paulo, inclusive a iluminação pública (instalações de lâmpadas de LED, mais potentes e baratas) Wifi-Livre SP (internet de graça) e o Programa Memória e Vida continuam mesmo na sua ausência.

Orçamento limitado

Como não se pode ou deve jogar os resíduos sólidos em qualquer lugar, Simão Pedro buscou a otimização dos serviços para garantir a limpeza da cidade. Quando assumiu uma secretaria com pouca “visibilidade” e muitos problemas a resolver, escolheu a dedo a sua equipe, formando um time com qualidade técnica e “sensibilidade política”.

O orçamento de aproximadamente R$ 3 bilhões por ano parece muito, mas representa apenas quatro por cento do orçamento da cidade, Isso para cuidar de quatro áreas estratégicas (Coleta e Limpeza, Conectividade, Iluminação Pública e Serviços),

Simão Pedro inovou ao implantar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, com o desafio de gerenciar a captação, destinação e tratamento dos resíduos gerados por 12 milhões de habitantes. Apenas os resíduos domiciliares somam aproximadamente 12 toneladas por dia, totalizando mais de 20 mil toneladas/dia quando somados os resíduos industriais, de saúde, feiras livres, entulho e podas de árvores. A coleta seletiva, se ainda está longe do ideal, também avançou muito, chegando a quase cem distritos da capital paulista.

O sonho da casa própria e escola para todos

Nono filho de uma família de migrantes paranaenses, Simão Pedro conhece na pele o que é a luta por ser integrado, respeitado e reconhecido. Morador da Zona Leste, a sua primeira casa própria foi na Cohab, seu primeiro emprego num sindicato (comerciários) e a sua primeira bandeira social foi nos movimentos populares pró-moradia.

“Eu busco a democratização da qualidade de vida e. ciente das questões do país, o fazer bem feito”, afirma Simão, que tem a essência quixotesca. Confessa que tem um “olhar para e na periferia”, mas aprendeu a transitar todos os lugares. Como legislador, os projetos de inclusão fora a tônica de trabalho.

Sonhando construir casas dignas pensou em ser engenheiro, mas tornou-se um pensador. Formado em Filosofia, formou-se mestre em Sociologia Política. A carreira academia foi atropelada pela política, onde ele busca realizar os sonhos um a um.