Siemaco investe em informação para capacitar o trabalhador da Limpeza Urbana visando a melhor negociação coletiva
Embora a data-base da Limpeza Urbana seja apenas em primeiro de setembro, o pontapé inicial para a Campanha Salarial 2016 foi dada nessa quarta-feira, dia 22, no auditório do Siemaco. O presidente Moacyr Pereira deu uma aula sobre o processos rumo à negociação para 37 trabalhadores e equipe sindical.
Além de garantir a transparência em todas as etapas até a definição da pauta de reivindicações; aprovação em assembleia, pelos trabalhadores e negociação com o sindicato patronal, a iniciativa capacita os profissionais, que levarão as informações para as suas bases de trabalho. A intenção é que, mais conscientes, os trabalhadores sejam ainda mais participativos e colaborativos durante todo o processo.
Nesse primeiro encontro, Moacyr explicou os passos até a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, dos conceitos, processo de negociação, legislação até os recursos em caso de impasse. “A lei brasileira não obriga os patrões a aumentarem os salários”, explicou. Alertou que a greve é o último recurso, devido à imprevisibilidade do resultado de uma paralisação, embora tenha enfatizado: a greve dá visibilidade ao trabalhador, pois a população apenas vê a importância do profissional da limpeza quando há sujeira!
Didático e bem humorado, Moacyr contou algumas histórias de negociações realizadas e deixou os trabalhadores à vontade para fazerem críticas, sugestões e perguntas. A ideia é fazer encontros periódicos onde serão abordados temas que se complementam. No próximo, serão resumidas as conquistas das negociações anteriores.
“Não tem sindicato da Limpeza Urbana no Brasil que faça um trabalho melhor do que o realizado pelo Siemaco SP”, enfatizou o presidente. Salientou, contudo, que há limites de atuação e nem sempre o que se deseja é conquistado. Lamentou, apenas, as críticas destrutivas de trabalhadores que sequer conhecem o sindicato. “Venham nos conhecer, ver o que fazemos de perto”, convidou.
Os coletores da Ecourbis Leste, Cleber, Rogério e Reginaldo, respectivamente há oito, quatro e seis anos na Limpeza Urbana participaram pela primeira vez do encontro e afirmaram que gostaram da experiência.”Eu não sabia de muita coisa”, disse Cleber, enquanto os colegas garantiram que pretendem voltar. Para o veterano João Firmino Duarte, o Pernambuco, também da Ecourbis Leste, participar das negociações é um compromisso. Há 23 anos “no lixo”, ele costuma levar as lições aprendidas aos colegas, na garagem, onde também testemunha a qualidade do trabalho sindical.
Para o diretor Wagner Antonelli, a presença dos trabalhadores no Siemaco aumenta a confiança no trabalho realizado, dá credibilidade ao sindicato e também facilita as ações sindicais na base. “Esta convivência é muito importante, cem por cento efetiva”, finalizou.