Anuário esmiuça a saúde através das principais ocorrências de acidentes envolvendo o trabalhador brasileiro

 Anuário esmiuça a saúde através das principais ocorrências de acidentes envolvendo o trabalhador brasileiro

Recentemente lançado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o “Anuário da Saúde do Trabalhador” detalha os principais fatores e segmentos econômicos que interferem na saúde do trabalhador brasileiro. Realizado em parceria com o Dieese ao longo do ano de 2015, os registros analisados referem-se ao ano anterior.

No decorrer de 2014, 1.886 trabalhadores morreram em consequência de acidentes de trabalho. Os acidentes típicos vitimaram 1.363 pessoas, os acidentes de trajeto culminaram na morte de 416 e 105 sucumbiram às doenças ocupacionais. A invalidez levou à aposentadoria 4.673 profissionais, sendo 1.785 provocadas por acidentes de trabalho e 2.888 concedidas após doenças ocupacionais.

Apesar de o Anuário não especificar funções, fica evidente que o segmento da limpeza, tanto urbana quanto ambiental, está entre as atividades críticas. De uma maneira geral, a “Limpeza” figura como a primeira atividade com maior desligamento em aposentadoria por invalidez relacionada à doença ocupacional.

Em todo o Brasil, no ano de 2014 morreram 25 trabalhadores da Limpeza Urbana (21 acidentes típicos e 4 por doença ocupacional) e 19 da Ambiental (13 acidentes típicos e seis em decorrência de doença ocupacional). Foram aposentados por acidente de trabalho na Limpeza Urbana 41 profissionais e 127 por invalidez por doença ocupacional. Já na Ambiental, 60 por acidente de trabalho e 105 por invalidez provocada por doença ocupacional.

O segmento da Limpeza Urbana aparece em quarto lugar como atividade que registrou mais acidentes graves em ocorrência de acidente com material biológico (2.904). Já as atividades recorrentes à Limpeza de Prédios e Domicílios foi listada dentre as vinte ocupações onde os profissionais convivem com mais de um vínculo empregatício, consequentemente mais desligamentos e mais mortalidade.

Dividido em três capítulos: Demografia e Saúde; Condições de Trabalho e Saúde do Trabalhador; e Políticas Públicas de Saúde do Trabalho e Ação Sindical,  trata-se de uma fonte importante de informações tanto para o setor público como privado. Apesar de não ser conclusivo, pois a pesquisa foi feita por amostragem, o anuário evidencia as diferenças existentes nas condições laborais nas diferentes regiões brasileira, o documento.

Registra, ainda, o crescimento da população economicamente ativa (de 14,2 para 16,7% entre 2004 e 2014), indicando que o assalariamento foi a principal forma de inserção econômica do brasileiro na década analisada. O “Anuário de Saúde do Trabalhador” é um importante instrumento para avaliar os riscos através dos números. Afinal, só quem conhece os números e onde está o problema consegue definir políticas e práticas preventivas.