Acidentes de trabalho nas categorias representadas pelo Siemaco afetam mais os dedos e as mãos

Os membros superiores são os mais atingidos por lesões durante as atividades laborais.  As estatísticas realizadas pelo Siemaco ao longo dos últimos quatro anos evidenciam que os dedos e as mãos estão em segundo lugar entre os mais lesionados em acidentes,pela forma como o trabalho é executado. Realidade identificada tanto no seguimento de Limpeza Urbana como no Asseio e Conservação. Sobretudo nas atividades dos coletores e varredores, auxiliares de limpeza e manutenção.

A equipe da saúde e segurança do trabalho do sindical identificou que cerca de 40% dos acidentes que afetam as categorias resultam em danos aos membros superiores. Isso porque dedos e mãos são utilizados como ferramentas de trabalho. É rotina, ainda, o contato com os resíduos a serem recolhido ou ambiente a ser limpo.

No período que compreende os anos de 2012 e 2015, dentre as 2450 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) analisadas, 951 referem-se a danos nos dedos e mãos. As causas mais comuns são o uso incorreto de ferramentas acessórias ao desempenho dos serviços e acidentes com materiais descartados incorretamente e que geram cortes e perfurações.

Treinamento, procedimentos e cuidados

O diretor João Capana, que responde pelas ações sobre segurança e saúde do trabalhador do Siemaco, alerta que os colaboradores das empresas devem ser treinados para o manuseio ideal de todo equipamento que irão utilizar. A capacitação deve incluir informações técnicas para o exercício da função,os riscos associados e os procedimentos em casos de acidentes.

“A pressa, falta de atenção ou de manutenção dos equipamentos são grandes contribuintes para que o acidente ocorra”, alerta, lembrando a importância de incluir na rotina de trabalho o DDS (Diálogo com o Diário de Segurança). “É necessário que o(a) encarregado(a) conversem com as equipes antes de elas saírem para as atividades. Parece pouco, mas é uma pratica eficaz que traz grandes benefícios tanto aos trabalhadores quanto às empresas”, garante.

Enfatizando a complexidade dos acidentes causados por resíduos descartados incorretamente, ressalta que os trabalhadores ainda sofrem com a falta de cultura sobre o descarte ideal. Para minimizar os riscos, vale orientar os demais funcionários da empresa a sempre embalarem objetos pontiagudos ou cortantes em papeis, jornais, caixas de papelão ou até garrafas PET.

“É um excelente meio de acomodar o resíduo, criando condições seguras para o profissional que irá recolhê-lo posteriormente”, recomenda. A difusão de informação dentro da empresa, sem dúvida repercutirá em maior conscientização fora dela.