Siemaco reúne os trabalhadores da Loga numa festa familiar
O diretor Elmo Nicácio (Lagoa) vestiu-se de coletor para recepcionar os trabalhadores da Loga. Funcionário licenciado ao assumir a diretoria do Siemaco, ele fez questão de homenagear os colegas das garagens Jaguaré e Vila Maria, Aterro Bandeirantes, Transbordo Ponte Pequena e Comunidade Nova Perus, que partilharam o domingo festivo (6) no Clube de Campo dos Comerciários, na cidade de Cotia.
Mais de 800 pessoas, trabalhadores acompanhados por suas famílias, vieram de diversas regiões da capital paulista, inclusive metropolitana. Acordaram cedo e tomaram a primeira refeição, oferecida pelo sindicato, durante o trajeto, para aproveitar o máximo o dia de lazer.
“Quanto mais juntos os trabalhadores e sindicato estiverem, mais fortalecidas estarão às categorias representadas”, ressaltou Moacyr. Ele citou o sucesso da campanha salarial da Limpeza Urbana, lembrando que nenhum outro sindicato conquistou, esse ano, 10% de aumento salarial.
Ao lado dele, os diretores André Santos, Fábio Cruz, Karine Karen, Maria Silva, Nilson Ferreira (Kbeça), Roberto Bispo, Robson Gomes revezaram-se ao falar aos convidados, abrindo o almoço. O clima só reforçou o lema do Siemaco: Juntos. Somos Mais Fortes!
“O sindicato acertou em cheio ao proporcionar esse dia de lazer aos trabalhadores, o melhor investimento”, afirmou o diretor-financeiro, André Santos. “Sinto-me orgulhoso por integrar uma diretoria sindical que trabalha junto à sua equipe para proporcionar momentos tão especiais para as famílias”, completou Lagoa.
A confraternização foi o cumprimento de uma promessa feita pelo presidente do Siemaco, Moacyr Pereira. Para contemplar tantos convidados, 60 funcionários do sindicato, entre assessoria e equipe técnica, trabalharam na organização, transporte, recepção, alimentação, recreação e segurança.
Não faltou o tradicional futebol
Entre as inúmeras atividades oferecidas, da piscina ao lago, playground às áreas verdes, o futebol, paixão dos coletores, foi destaque. Os times, improvisados, misturaram as equipes, apesar de oficialmente os dois jogos terem sido disputados pelos atletas da Loga Vila Maria contra os craques da Loga Jaraguá.
Os jogadores da Vila Maria venceram o primeiro jogo, por três gols a um e o time do Jaraguá se redimiu ao marcar três contra dois na segunda partida. Tudo junto e misturado, como costuma dizer o diretor Lagoa.
O coletor Eliandro da Silva Porto foi protagonista de uma cena inusitada. Ele levou um pênalti, mas foi generoso ao deixar um colega converter. Curiosamente, o marcador pertencia à garagem da Vila Maria e estava jogando para o Jaguaré,
Aos 33 anos, 11 anos na Limpeza Urbana, Eliandro é casado com a também coletora Fabiana da Conceição Silva, que há três anos integra a equipe da coleta domiciliar da Ecourbis Sul. Ao lado da filha Isabela, cinco, ele aproveitou o domingo.
“Para falar a verdade, eu gostei de tudo: clube, organização, de estar com os amigos”, disse. torcendo para que outro encontro aconteça em breve. Chamou a atenção dele o fato de o diretor Lagoa estar vestido de coletor. “Foi legal. Ele representou bem os garizadas”, afirmou.
Pedro Jean de Matos é velho amigo do sindicato. Ele trabalhou como coletor entre os anos de 1998 até 2002 e depois se tornou motorista, sempre na garagem Jaguaré.
“Durante 18 anos na Limpeza Urbana fui gari e sócio do Siemaco. Por isso, sou sempre convidado do sindicato”, disse orgulhoso. No domingo, ele estava acompanhado da esposa Lindauva e das filhas Yhorrana e Yhara, de 15 e 7 anos,
Zagueiro, Pedro Jean também participou do futebol e ajudou a sua equipe a sair-se vitoriosa. “O Siemaco está de parabéns, estava tudo ótimo”, ressaltou, contando que no dia seguinte todos estavam comentando. “Esses encontros repercutem no trabalho. Quem não foi garante que irá no próximo.”
O apontador de horas do Aterro Bandeirantes, Orismar Pereira de Quadros, saiu de casa, em Poá, às quatro horas da madrugada, ao lado da esposa Marlúcia e da filha, a judoca Maria Beatriz. “A festa foi nota mil. Fomos muito bem atendidos, tudo foi muito bem organizado e com fartura”, avaliou. Na Limpeza Urbana há 18 anos, ele contou que os colegas também gostaram muito do encontro, aprovando a ação sindical.
O prazer de ver a família trabalhadora se divertir
“Antes de eu ser diretor, eu sou coletor. Tudo o que eu tenho eu devo ao lixo”, afirmou Lagoa, feliz em ter podido proporcionar às famílias um dia de lazer. “O trabalhador pode esquecer, mas os seus filhos não”, disse resslatou que o encontro aconteceu em clima familiar, com muitas crianças e bebês de colo.
O diretor Elmo Nicácio ganhou o apelido de Lagoa na Limpeza Urbana de São Paulo. Tudo começou em 1995, quando entrou na categoria, como coletor, até que em 2004 ele foi contratado pela Loga, onde ficou até 2011. A ideia de vestir novamente o uniforme de gari foi a sua maneira de homenagear os colegas:
“Eu sempre vou visitar as garagens arrumado, com roupa de diretor, e sou recebido pelos trabalhadores vestidos de uniforme. Por isso eu quis inverter essa ordem, recebendo eles de uniforme, que ao contrário, estavam vestidos de roupas de lazer”, ressaltou Lagoa. Ele não tinha noção de como esse simples gesto iria repercutir positivamente!
“O meu trabalho sindical começou na Limpeza Urbana, por isso eu me sinto um deles”, disse lembrando que desde criança sempre gostou de ajudar os outros e lutar por aquilo que acredita. “Eu estou orgulhoso do Siemaco, da diretoria e funcionários por terem trabalhado para proporcionar um momento tão especial para os trabalhadores!
Lagoa acredita que o diferencial do Siemaco é ser uma entidade que pensa no coletivo ao mesmo tempo em que age no individual. Ou seja, o trabalho sindical praticado no dia-a-dia reflete na totalidade das categorias representadas.
“O clima que vivemos dentro do sindicato, uma entidade que dá oportunidades para sua equipe realizar um bom trabalho, reflete na vida lá fora Um local onde o trabalhador pode recorrer quando precisa e será atendido em sua individualidade.”
“A Limpeza Urbana me deu tudo o que tenho: sabedoria, paciência, respeito pelo ser humano. Já o sindicalismo, a consciência do papel do trabalhador e o poder de ajudá-lo”, finalizou Lagoa.