Encerramento da campanha outubro rosa une militantes dos sindicatos e terceiro setor

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Siemaco Roda de conversa sobre o cancer de mama na UGT

Foi um mês intenso, onde milhares de trabalhadores receberam do Siemaco a informação essencial que mantém a saúde e a vida. A diretora Andrea Ferreira esteve nos postos de trabalho, em todas as regiões da capital paulista, falando sobre câncer de mama. Nessa segunda (31), a Roda de Conversa aconteceu na sede da UGT Nacional, com sindicalistas que abordaram o tema “Câncer de Mama e a Importância do Diagnóstico Precoce”.

Abrindo os trabalhos, os presidentes da UGT, Ricardo Patah, e do Siemaco, Moacyr Pereira, se comprometeram a somar esforços para difundir a causa do câncer de mama, levando informação que gera à conscientização e a promoção da saúde do trabalhador brasileiro. O Siemaco foi exemplo de que, através de ações sindicais simples e diretas, é possível salvar vidas.

“O sentimento mais importante é o da solidariedade. Através da UGT nacional temos capacidade de realizar muitas ações ao mesmo tempo. Vamos ampliar a parceria com o Siemaco e a Unaccam”, afirmou Patah. Segundo ele, o câncer de mama vitima principalmente as mulheres, que “dão o tom” à sociedade. “Quando elas adoecem inicia-se um processo de vulnerabilidade muito grande nas famílias”.

Moacyr lembrou que a parceria Siemaco-Unaccam ganhou muita importância no dia-a-dia do trabalhador das categorias representadas. Ressaltando que o Siemaco SP e a UGT representam um número muito grande de profissionais, ressaltou a necessidade de ampliar as atividades para os trabalhadores de todo o Brasil. “Sem saúde não há produção e sem trabalho não há vida! As nossas ações sindicais de esclarecimento preservam vidas”.

“Só através da informação com conscientização iremos quebrar paradigmas e romper preconceitos sociais e barreiras religiosas que ainda prejudicam as mulheres em relação à prevenção da saúde e cuidado médico”, alertou Santa Regina Pessoti Zagretti, secretária da mulher da UGT Nacional. “É preciso manter o olhar crítico para manutenção da saúde da classe trabalhadora.”

Parcerias fundamentais

Presidente da Unaccam (União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama) e fundadora da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), Ermantina Ramos, conhecida como Titinha, criou uma rede nacional de multiplicadores, que, voluntariamente, combatem o câncer de mama através da conscientização pela prevenção. “São gotas de amor”, salientou Ermantina, ao explicar que a importância da difusão do conhecimento.

O objetivo da Unaccam é manter voluntários em todo o território nacional, orientando a população. Para isso, ela conta com o apoio dos sindicatos, que conhecem como ninguém os trabalhadores e estão onde eles estão.

Presidente da Ong “Elas Por Elas”, a advogada Claudia Patrícia Luna discorreu sobre os direitos que a legislação brasileira garante os pacientes vitimados pelo câncer, inclusive de mama. “Conhecer os direitos do paciente com câncer é um grande aliado no momento de vulnerabilidade”, salientou

Alertando que infelizmente a aplicação das leis em muitos casos ainda é morosa, pois depende de interpretações e comprovação diagnóstica, a advogada lembrou que o julgamento dos processos em casos de neoplasias malignas tem prioridade na Justiça; “O tempo corre contra o paciente, pois o câncer avança muito rapidamente”.

Siemaco na linha de frente no combate ao câncer de mama

Andrea Ferreira é um exemplo perfeito dos resultados positivos que advém da parceria entre sindicato e sociedade civil. A diretora sindical conheceu Tininha durante palestra realizada pela UGT em parceria com o Siemaco, tornou-se educadora da Unaccam e depois foi eleita conselheira. Há mais de um ano ela desenvolve uma ação sindical no Siemaco voltado aos profissionais da categoria.

Além de ministrar a palestra Vamos Falar Sobre Câncer, ao longo do último ano, ela garantiu o acesso a trabalhadora ao diagnóstico, levando médicos aos locais de trabalho e realização de mamografias (doadas pela Unaccam). “Convido todos vocês a se tornarem multiplicadores como eu. A ideia é facilitar a vida do trabalhador, tão carentes em informações”, ressaltou.

Experiências compartilhadas

Diretor do Siemaco ABC, Natalino, lembrou a experiência com um familiar, vitimado pelo câncer; Isabel, secretária da mulher da UGT deu o seu testemunho pessoal e contou que luta contra um câncer de mama assim como Tininha, que teve um diagnóstico tardio de câncer de pulmão, confundido com uma pneumonia resistente.  Aos poucos, foram depoimentos se sucederam, assim como a vontade de reverter a falta de informação e assistência ao trabalhador.

O desgaste individual ao enfrentar a burocracia foi enfatizado pro Isabel. “Tenho de provar o tempo todo que estou doente”, desabafou. Enquanto a advogada Claudia Patrícia aconselhou que os pacientes tem de se resguardar e procurar ajuda de profissionais e instituições, Tininha anunciou que pretende e unificação dos dados do doente com câncer, através de uma carteira nacional de identificação.

Leila, do Seac Guarulhos, pediu atenção à qualidade dos mamógrafos que podem comprometer o resultado diagnóstico; Sonia, da UGT, ressaltou para as demandas dos pacientes com necessidades especiais, inclusive os surdos. “Há falta de intérpretes de Libras nos serviços”.

A sindicalista Jovina representa os trabalhadores da agricultura familiar e quer levar a informação para o interior da Bahia.  Todos aceitaram a proposta da organizadora da Roda de Conversa, a assessora  Poliana Araújo Duarte, de se tornarem ativos na causa pela saúde. “Vamos ser a mudança que queremos no mundo”, finalizou.

Direitos garantidos por lei protegem o paciente de câncer e sua família

A lei garante uma série de direitos aos pacientes de câncer e doenças crônicas, mas apenas o trabalhador consciente e informado irá se beneficiar. Por isso, o Siemaco, através da advogada Cláudio Patrícia Luna resume aqui alguns deles:

– Mamografia gratuita: a Lei 11664/2015 garante a realização da mamografia de rastreamento anual (gratuita, pela rede SUS) á mulheres com 40 anos ou mais;

Importante: em caso de histórico familiar da doença, o direito pode ser ampliado para pacientes com menos de 40 anos, com encaminhamento médico.

– Lei dos 60 dias:  quando há diagnóstico de câncer confirmado o paciente tem direito a tratamento gratuito (rede SUS) em até 60 dias;

Importante: essa lei ainda não está sendo implementada integralmente, na prática. Muitas vezes demanda um processo judicial.

– Saque do FGTS e PIS: os benefícios podem ser retirados quantas vezes forem necessárias, até mesmo pelo trabalhador que não tem carteira assinada (contas antigas). Válido para pacientes com câncer e dependendo do caso, inclui cônjuges ou dependentes;

– Reconstrução mamária: procedimento gratuito (rede SUS): garantido aos pacientes (mulheres e homens) que fizeram mastectomia e tem indicação médica pra reconstrução;

– Auxílio-doença: por incapacitação para o trabalho (temporário). É preciso agendar perícia através do telefone 135;

– Reabilitação Profissional: quando a doença gera incapacidade para a função e o trabalhador precisa ser realocado;

– Aposentadoria por Invalidez: quando o trabalhador torna-se incapaz para desempenhar atividades laborais;

– Debilidade/ perda de autonomia: benefício de 25% adicional em relação ao salário-base, se houver necessidade de cuidados de terceiros, por incapacidade;

– Aposentadoria assistencial: para maiores de 60 anos. Com benefício do Loas par pacientes em vulnerabilidade;

– Quitação dos débitos de financiamento de imóvel: quando há invalidez total e permanente ou óbito, está garantida a Isenção do pagamento do residual com quitação do imóvel. É necessário comprovação por laudo médico ou atestado de óbito. Exclusivo ao titular do contrato. Caso sejam dois titulares, direito restrito a 50% de quitação.

– Isenção de Tributos: Imposto de Renda, ICMS, IPVS (sempre através de comprovação de laudos médicos;

 Aquisição de carros adaptados: com isenção de taxas;

– Isenção de cumprimento de rodízio municipal.

Atenção:

Como prega a Uncaccam: 

Quem procura acha, quem acha cura.