Sem varrição das ruas a capital se transformará num lixão a céu aberto
Pelo menos 12 mil profissionais atuam diretamente na varrição das ruas e serviços cmplementares da cidade de São Paulo. Eles estão em todos os lugares, de manhã até à noite, sete dias por semana, limpando a sujeira descartada pela população. Um trabalho incessante, embaixo de sol e chuva, que previne enchentes, minimiza a proliferação de pragas, roedores e animais peçonhentos e também embeleza a capital. Infelizmente, um trabalho que está em risco, já que a prefeitura municipal pretende reduzir pela metade o serviço de varrição nas ruas.
O sindicato não admitirá que pais e mães de famílias sejam descartados como lixo. Caso a medida não seja revertida, a categoria entrará em greve a partir desse sábado (11). Afinal, três mil trabalhadores correm o risco do desemprego, agravando a crise de empregabilidade que afeta mais de 12 milhões de brasileiros, atualmente.
O Siemaco lembra que um a cada quatro varredores da cidade um pode ser demitido. Como agravante, cada brasileiro desempregado afeta pelo menos outros quatro (dependentes), o que ainda impacta na economia, devido à redução do poder de compra que faz a roda financeira girar.
Os varredores de rua de São Paulo formam a base da pirâmide social, com salários justos porém modestos. A maior parte homens e mulheres de meia idade ou idosos, com baixo grau de escolaridade e que terão dificuldades de retornar os mercado de trabalho formal.
O Departamento Jurídico do Siemaco já está trabalhando para minimizar os prejuízos, caso as demissões se confirmem. O presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, também entrou com pedido de audiência no Ministério Público do Trabalho, denunciando demissão em massa, o que é proibido pela legistação brasileira. O sindicato também estará atento para as demissões fragmentanda e os trabalhadores estão instruídos para procurar o sindicato denunciando cortes.
Sem trabalho não há sustento, não há honra
Há duas décadas trabalhando na LImpeza Urbana e há cinco como varredor de ruas, José Romão de Goes provê quatro vidas com o suor do seu trabalho. “Eu confio no sindicato”, afirmou confessando o temor do desemprego. Leonardo Roberto Negrine Dias há três anos cuida de um EcoPonto. “O que seria de São Paulo sem os varredores? Uma bagunça!”, ressaltou.
Carlos Silva e Admilson Dias começaram praticamente juntos na Limpeza Urbana, ha dez anos. “É muita injustiça demitir os varredores”, disse o primeiro enquanto o colega garantiu: após dois dias sem varrição São Paulo se transformará num lixão a céu aberto,
Solidário, o motorista Vicente de Paula Leite acompanha de perto o dilema dos colegas da varrição e espera uma solução positiva para o impasse. “Vamos mostrar a nossa indignação. Não vamos engolir demissões goela abaixo”, garantiu o presidente do sindicato, Moacyr Pereira.