Após campanha, Siemaco partilha o carinho daqueles que doaram lenços multiplicando sorrisos
Manhã de 23 de dezembro, antevéspera de Natal. Os corredores estão vazios, mas os leitos cheios de dor e esperança. No Centro de Referência da Saúde da Mulher, o Hospital Pérola Byington, na capital paulista, pacientes convivem com a assistência médica vital ao mesmo tempo em que recebem a solidariedade própria do espírito das festas.
Mesmo que por momentos breves, os corações dos pacientes e seus acompanhantes foram ainda mais generosos com a equipe sindical, que num gesto simples, porém pleno, entregou lenços de presente para pacientes vitimadas pelo câncer. Resultado da campanha Doe Um Lenço, Ganhe um Sorriso.
Histórias de perseverança e esperança
Embaixo do turbante preto, Jessica Ariane mostra as falhas do cabelo ruivo. Aos 23 anos, ela sabe que em pouco tempo perderá todos os fios. Depois de receber um lenço e um chapéu das mãos de Andrea, ela abriu o seu melhor sorriso; “Que presente maravilhoso. Adorei!”.
Dona Cleusa, 68 anos, Rosalina, 60 anos e nove meses, Francisca, 71, e tantas outras. Em todos os leitos, em tantos andares, uma mulher espera, pacientemente. Unanimemente, todas receberam a equipe sindical (formada pelos assessores Mazé, Leandro e Guilherme),com uma história para contar e um desejo por realizar: a cura!
Entre elas, Dona Paz. Isso mesmo, nome próprio escolhido especialmente pelos pais para celebrar o final da guerra espanhola, que coincidiu com o nascimento da então menina, que hoje iluminou o rosto com o mais belo sorriso ao receber o seu lenço.
A adolescente Nicole sucumbiu ao choro ao ouvir a música tocada pelo duo de violão e violino, numa ação voluntária. Amparada pela enfermeira, também emocionada, ele teme pela saúde da mãe, Dona Vitória. Ana Claudia, também muito jovem, pediu para que fosse tirada uma foto com a mãe, Maria Rosa. Ela quer guardar como recordação.
Patrícia tem apenas 26 anos e há seis meses se submete ao tratamento. O Natal dela será no Hospital, ao lado do marido, Celio, também de 28 anos, mas longe da filha, de seis. Vinda da Bahia ela será operada em breve e ainda mantém longos cabelos castanhos escuros. Mesmo assim recebeu muito bem o lenço presenteado.
“Atitude é tudo”, disseram Cleusa e Simone, mãe e filha. Elas receberam o presente e vestiram imediatamente. Na cama ao lado, Maria Luiza também estreou o presente. Quando elas irão sair do hospital? “Só Deus sabe”, responderam dizendo que celebrarão juntas, mesmo no quarto do hospital.
Limpeza de corpo e alma
Zélia Maria Soares do nascimento é auxiliar de limpeza, funcionária da Limpadora Xavier e presta serviços na subsede do Siemaco. Ela fez questão de participar da entrega dos lenços e em alguns momentos teve de conter a emoção.
“’É muito gratificante. A gente tem de fazer a diferença na vida das pessoas todos os dias”, afirmou.
Eliete Aparecida da Silva é auxiliar de limpeza, funcionária da empresaTB. Há um ano e meio trabalha limpando hospitais, mas garante que a sua contribuição é maior do que a faxina. “Eu ajudo a manter um ambiente melhor para os doentes. Faço questão de dar bom dia e espalhar alegria”.
A mais pura verdade. É impressionante como um olhar, um gesto, uma palavra ou apenas ouvir pode melhorar a rotina de um paciente internado num hospital. É impressionante como os olhos brilham e se enchem de esperança após o contato humano, quando o mais belo e profundo dos mandamentos se materializa: Amai-vos uns aos outros como a ti mesmo…
Gratidão a todos os que doaram um lenço a pedido do sindicato
As portas da instituição foram abertas pela Diretora de Nutrição, Carmelina Amadei, e a nutricionista Luciana Scaramuzzi. Elas receberam a diretora do Siemaco, Andrea Ferreira e sua equipe.
Carmelina integra o Grupo Técnico de Humanização do Hospital e ao lado de Luciana coordena o trabalho de 40 voluntários. Segundo ela, o impacto da perda do cabelo, consequência do tratamento quimioterápico, muitas vezes impacta mais do que a notícia do câncer. “O lenço é um acessório que melhora a autoestima da paciente”, afirmaram.
Segundo elas, o trabalho voluntário é essencial num ambiente hospitalar. “Os voluntários dão o melhor de si, beneficiando pacientes e equipes profissionais”. Carmelina explica, porém, tratar-se de um trabalho sério que requer regras e compromisso. “O Pérola Byington os voluntários fazem parte do tratamento dos pacientes”, enfatizou.
Camomila para acalmar amenizar o procedimento quimioterápico
No Pérola Byington, um ingrediente inusitado é utilizado para facilitar o acesso às veias das pacientes. Após repetidas seções de quimioterapia, fica mais difícil localizar as veias e a imersão do braço em chá de camomila alivia o inchaço e auxiliar a dinâmica.
Quem quiser ajudar, poderá entregar camomila em granel na sede e subsedo do Siemaco, que se encarregará de entregar no hospital. Outro item importante são caixas plásticas com tampa, para armazenar doações.
Em caso de dúvidas, procure o sindicato (diretora Andrea Ferreira ou Departamento de Imprensa, na subsede e sede do sindicato).
Para a auxiliar de limpeza da empresa TB, Eliete Aparecida da Silva, que há um ano e meio trabalha limpando hospitais, a sua contribuição é maior do que a faxina. “Eu ajudo a manter um ambiente melhor para os doentes. Faço questão de dar bom dia e espalhar alegria”.