Diretora do Siemaco Andrea Ferreira oferece medalha Theodosina Ribeiro às trabalhadoras da limpeza
Sob o testemunho da Dra Theodosina Ribeiro, a deputada Leci Brandão entregou a medalha que leva o nome da primeira vereadora e deputada negra de São Paulo a dez “mulheres de luta”, que se destacaram pelo trabalho realizado em seus segmentos atuação, seja profissional ou na militância. Entre elas, a diretora do Siemaco, Andrea Ferreira.
A cerimônia aconteceu na sexta-feira, dia 24, quando o auditório Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa de São Paulo ficou lotado de ativistas feministas, lideranças e autoridades. A cada medalha Theodosina Ribeiro entregue, histórias de superação, mobilização, fé e conquistas eram partilhadas pelas homenageadas.
“Esta medalha é de vocês, minhas meninas”, disse Andrea, dedicando o prêmio às trabalhadoras da Limpeza Urbana que estavam no plenário. Andrea se destacou pela sinceridade como relatou a sua história pessoal, pela exclusão, violência e discriminação sofridas, e sua resiliência até se transformar numa líder sindical.
Referências individuais que somam forças coletivamente
Reconhecida como líder empresarial, Luiza Trajano disse sentir orgulho por não querer morar ou viajar para o exterior. “Somos responsáveis por colocar o Brasil no lugar onde ele merece estar”. Afirmando que dividiam o espaço com ela “estrelas de infinita grandeza”, Luiza contou que além de presidir o Conselho da rede de varejo Magazine Luiza, coordena dois movimentos apartidários que estão mobilizados em discutir, avaliar e promover mudanças positivas: Mulheres do Brasil e o Comitê de Igualdade Social. “Temos de unir forças”, convidou.
Fabiana Cozza, cantora de renome internacional, reverenciou os seus antepassados ao receber a medalha, salientando o valor e a responsabilidade individual de cada cidadão para seguir em frente. Já jornalista Adriana Couto lembrou que mulheres negras continuam “invisibilizadas”, embora tenham muitas histórias por contar.
“Venham aprender com uma mulher e saber como se luta pelos direitos”, convidou a religiosa Mãe Wanda D’Oxum (fundadora do Afosè Ilé Ómó Dadá). Depois abençou todos os presentes.
A líder comunitária, Efigênia Januária confessou que “não esperava que hoje iria ser o meu dia”. Humildemente saudou os amigos e familiares, cativando a simpatia e aplausos de todos. A atriz e dançarina Adriana Lessa foi representada pela prima Shirley, mas mandou a mensagem dizendo que o prêmio era um “presente de Deus”.
A ativista do movimento negro, Edna Roland, alertou que “reparações precisam ser discutidas num contexto mais amplo” e que a busca da Justiça social é de todos. Mostrando a sua posição política, a feminista e rapper Luana Hansen comprovou que não foge à luta pelas bandeiras que “incomodam o patriarcado por mostrarem que a periferia existe.”
“Eu tento fazer a diferença neste país. Este prêmio é a prova de que vale a pena lutar pela igualdade social”, finalizou Maria das Dores, líder do MTST (Movimenno dos Trabalhadores Sem Teto). Concluindo a cerimônia, a presidente da ONG Elas Por Elas, a advogada Claudia Patrícia Luna, agradeceu às homenageadas que “ensinam outras mulheres com o seu trabalho”. Sobretudo, lembrou que “lutar sempre e respeitar sempre é a nossa obrigação.”
A força feminina que luta pela igualdade de gênero, empodera as mulheres e protege as famílias
Em 1968 Theodosina Ribeiro foi convidada a se candidatar á vereadora pelo MDB, partido de oposição de então. “Achei normal e fui à luta”, contou
Ela teve a segunda maior votação e fez história ao ser empossada, em 1970, como a primeira mulher negra na Câmara Municipal. Anos depois, como quinta maior votada, chegou à Alesp.
“A educação é a base para que o indivíduo possa vencer as etapas da sociedade”, enfatizou a filósofa e advogada, lúcida e politizada aos 94 anos. Mostrando-se preocupada com os rumos que o Brasil está tomando, alertou: “Deus nos vê com igualdade. Temos de lutar para resolver os problemas sociais.”
Luta pela igualdade de gênero
“Precisamos de isonomia no poder para aumentar a participação política das mulheres”, disse Leci Brandão, defendendo que 50% da bancada seja feminina para revertendo as injustiças históricas que vitimam principalmente as mulheres. “Eu sou uma artista, e Deus quis que eu chegasse aqui como política”.
Analisando o momento crítico de representatividade, social e econômico que o Brasil enfrenta, ela foi taxativa: Eu sou a favor das reformas que mudam cabeças e ideias. Não daquelas que roubam as nossas conquistas, denunciou.
Sindicalista dedica às trabalhadoras a medalha recebida
A diretora do Siemaco, Andrea Ferreira, recebeu a medalha Theodosina Ribeiro pelo sua atividade ímpar de levar informações aos trabalhadores nas suas bases. Principalmente, no combate aos cânceres de mama e próstata.
Aos 52 anos e mãe de seis filhos, Ferreirinha, como é mais conhecida, nasceu em Minas Gerais, morou no Rio de Janeiro até fixar residência na capital paulista. Trabalhando como auxiliar de limpeza no Hospital das Clínicas ela teve seu talento de líder reconhecido. No Siemaco há 16 anos, foi assessora sindical externa até ser eleita diretora da gestão atual.
“Esta medalha é das minhas meninas”, disse Andrea, estendendo a homenagem às mulheres das categorias do Asseio e Conservação e Limpeza Urbana, que trabalham limpando São Paulo, dentro e fora das portas.
As ajudantes de serviços diversos Maria Madalena Leme Cardoso, Zilda Cândida da Silva, Sonia Aparecida Ferreira da Silva e Rosana dos Santos, colegas da Soma (Santo Amaro) pisaram pela primeira vez na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foram dar um abraço em Andrea, que conhecem da rotina de trabalho. “Foi emocionante, estamos muito felizes”, afrimaram.
“Andrea é um exemplo de superação e trabalho dedicado aos trabalhadores”, disse a coordenadora de Saúde do Trabalho da GTP, Placides Rodrigues de Sousa, da empresa GTP. Acompanhada pelos colegas dos departamentos jurídico e saúde ocupacional, inclusive o Gerente Juan Rodrigues, ela fez questão de ir homenagear à dirigente sindical.
A fundadora da Unaccam, Ermantina Ramos, a Tininha, também foi abraçar Andrea. “Ela se emocionou ao falar da mulher dedicada, que soma aos trabalhos da ONG pela dedicação e superação”.
Estavam ao lado de Andrea as diretoras Márcia Adão, Karine Karen, Daniela Sousa, Silvana Souza, Maria Silva, os diretores Elmo Nicácio (Lagoa), Sergio Satomi e Fábio Cruz, além de parte da equipe sindical. Andrea foi destaque dentre as premiadas, sendo muito requisitada por todos, que fizeram questão de parabenizá-la pessoalmente e eternizar os momentos em fotografia.
O Siemaco se orgulha em ter entre os seus dirigentes uma mulher aguerrida e profissional dedicada à causa sindical!