A supervisão é o elo mais importante na gestão de serviços

 A supervisão é o elo mais importante na gestão de serviços

Profissionais de 40 empresas aceitaram o convite do sindicato e participaram do curso A Supervisão Operacional e o que se espera dela: o papel do supervisor ressaltando o conceito de liderança, organização pessoal e profissional, preparo técnico e conduta diante dos seus subordinados. O empresário e consultor Toni Ketendjian instigou à reflexão e tirou todos da “zona de conforto” ao pontual deficiências vividas no ambiente de trabalho na visão das lideranças, funcionários, empresas e clientes.

Abrindo a manhã de terça-feira (4), o diretor do Siemaco, Elmo Nicácio (Lagoa), enfatizou que o papel do sindicato, além de representar todos os trabalhadores das empresas terceirizadas em prestação de serviços e gerenciar conflitos, também é difundir conhecimento. A anfitriã, diretora Karine Karen, ressaltou a relação de confiança com as empresas e apresentou o palestrante como “parceiro de longa data”, pois Toni também integra o time da Central de Cursos do Siemaco.

Com cerca de 30 décadas de experiência no segmento da limpeza, Toni expandiu o foco principal, prestação de serviços em portaria para as demais atividades. “Os principais problemas do supervisor são criados por ele mesmo”, provocou.

Alertou que não existe supervisão em horário comercial, pois o supervisor tem de estar disponível 24 horas, sete dias por semana. “O bom profissional toma café, almoço, janta e dorme supervisor”, instigou, ressaltando tratar-se de uma função que muito além de manter ambientes limpos, organizados e seguros,  trabalha com seres humanos.

O supervisor, explicou, tem de ser um espelho para estimular a sua equipe e refletir a empresa.  O respeito aos colaboradores, a organização, o asseio, a pontualidade, a liderança são requisitos básicos, mas o fundamental é a segurança nas ações.

Fragilidade nas relações

“É preciso entender os sentimentos e necessidades dos funcionários na ponta”, salientou Toni, lembrando tratarem-se de pessoas que costumam carregar inúmeras carências com elas, pois formam a base da pirâmide social. Principalmente às mulheres, a quem chamou de “nossas guerreiras”.  

Segundo ele, é irresponsabilidade não cumprir à risca os deveres com as equipes. Sobretudo os prazos relativos aos direitos sociais. “Noventa por cento da nossa categoria depende dos benéficos para sobreviver”, lembrou.

Quanto às regras, cabe ao supervisor fazer com que elas sejam cumpridas à risca, principalmente quanto ao comportamento no ambiente de trabalho e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual. “Quando precisarem dar atentar para uma norma regulamentar, uso de EPIs, utilização de materiais e equipamentos, explique como tudo funciona e as razões dessas imposições.”

Por outro lado, quando for necessário chamar à atenção de um colaborar, a conversa tem de ser privada e dentro da lei. Afinal, um bom supervisor “treina e fiscaliza”, completou pontuando que o Assédio Moral é caracterizado pelo descumprimento de regras simples.

O empresário José Bittencourt Gama, da Alpha Gama, concordou com Toni: liderar não é gritar, é dar exemplo! Além disso, lembrou da necessidade de se garantir autonomia aos supervisores. É claro, numa ação conjunta e coordenada pelo gestor.

Com a experi~encia de quem exerce a função, Franciso Deusimar Nunes Coelho foi taxativo: supervisor que tem o apoio do gestor atente às necessidades de sua equipe e realiza o trabalho esperado. 

Essencialidade da atividade-meio

Toni lembrou que a expectativa do cliente que contrata uma empresa de prestação de serviços de Asseio e Conservação e Portaria é que todos os problemas sejam resolvidos, para que ele possa focar na sua atividade-fim. “Temos de levar soluções, não problemas. Por isso, façam sempre o melhor.”

Lembrou, ainda, que um bom supervisor é capaz de levar oportunidades de manutenção do contrato ou de novos negócios para a sua empresa. Para isso, no entanto, é preciso estar atento aos sinais de problemas, mudanças na gestão ou até mesmo inovações a serem implantadas.

Reciclagem fundamental  

O encarregado de limpeza Marcelo Aparecido dos Santos participou pela primeira vez de um evento no sindicato e gostou. Ele contou que  se viu em várias situações e, felizmente, a atuação do seu supervisor é pontual. Inclusive, foi ele quem o indicou para participar do curso.

A supervisora Fânia Dantas estava acompanhada pela líder Crisley Priscila. Para elas, todas as informações foram positivas e ambas pretendem repassá-las para as suas equipes.

Apesar de atuar na Limpeza Urbana, na destinação de Resíduos de Serviços de Saúde da Loga (Jaguaré), Ivoney Pereira Vieira destacou a necessidade de estar atento aos detalhes no desenvolvimento das tarefas de supervisão. Também, manter atenção extremada às necessidades do colaborador.

“É bom aprender coisas novas”, disse Nilzete Silva e Souza, supervisora há quatro anos. Ela se identificou com os exemplos dados pelo palestrante. Principalmente que não há como ser um bom profissional sem o apoio da família, pois separou-se do marido que não entendia a demanda da função, mas cresceu na carreira.

Finalizando os trabalhos, Karine e o diretor João Capana ressaltaram a importância de se manter uma relação de confiança entre os trabalhadores e o sindicato. “O sindicato está sempre com as portas abertas e, em conjunto, realizaremos um trabalho melhor”, instigaram.

Importante:

Não existe supervisão sem a confiança da equipe. Além disso, um bom supervisor sabe fazer o serviço e o fará, quando necessário.

Por isso, treine, explique, mostre como se faz; incentive a participação de cursos e treinamentos e promova quem tem capacidade. Sobretudo, cumpra as suas tarefas e prazos e garanta a confiança e o respeito de seus subordinados.

Lembre-se: funcionário insatisfeito fala mal do chefe e da empresa.