Rosa que é exemplo no trabalho na limpeza e heroína pela atitude

 Rosa que é exemplo no trabalho na limpeza e heroína pela atitude

O que para a auxiliar de limpeza Rosa é uma ação corriqueira e para a supervisora Gerusa uma obrigação do trabalhador do Asseio e Conservação foi uma boa ação e a salvação da frequentadora do Shopping Interlagos, a esteticista Patrícia Silva Lopes. Na véspera do Dia dos Pais, cinco de agosto, ela perdeu R$ 1 mil ao usar o banheiro. Para sua surpresa, minutos depois as células de R$20, enroladas em papel, foram devolvidas.

A recuperação do dinheiro, no entanto, apenas foi possível pelo cuidado extremo com que a trabalhadora Rosa Monica de Oliveira cuida dos banheiros há um ano, desde que foi contratada pela GTP. Ela trabalha com afinco para que todas as clientes encontrem o ambiente limpo e não deu tempo de outra pessoa entrar no lugar, o que poderia ter levado a um final diferente…

“Eu vi um pacotinho no chão, pensei que fosse um absorvente higiênico, mas percebi que algo estava enrolado no papel. Desesperada ao ver o dinheiro procurei a minha encarregada e devolvemos o pacote do jeito que encontrei”, contou.

Curiosamente, o que nem sempre acontece, ela viu quando a cliente foi a Central de Relacionamentos chorando muito e acompanhada pelo marido, minutos depois. “Eu fiquei muito comovida e ela muito agradecida, pois ia usar o dinheiro para pagar contas”. Afirmou que em nenhum momento pensou eu agir de modo diferente. “O que não é meu não me pertence. Eu gosto de colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila.”

Mãe da universitária de 19 anos Claudia Stefany, futura pedagoga que criou sozinha pois perdeu o companheiro durante a gravidez, Rosa estranhou o fato de a cliente voltar na segunda-feira, no finalzinho do expediente, para agradecer novamente e pedir para tirar uma fotografia. Inclusive ela queria dar uma gratificação que não foi aceita, inclusive por recomendação da empresa.

Limpeza de corpo, alma e profissão

“O que causou espanto e acabou dando na mídia foi a honestidade de um ser humano para com outro, nesse mundo de corrupção”, analisou a supervisora Maria de Jesus Gomes Pereira, a Gerusa, que trabalha no mesmo shopping há 19 anos. A atitude da colega, para ela, foi normal, pois a GTP treina os seus colaboradores a devolveram quaisquer objetos encontrados. Por isso, ao encontrar o dinheiro foi natural que Rosa chamasse a encarregada Fátima e a quantia entregue na Central de Relacionamentos, aonde a cliente recorreu a perceber a perda.

Contando que já ter encontrado muitos objetos, de carteiras cheia de dinheiro à joias, Rosa, que trabalha desde adolescente. “Eu não paro, não consigo sentar. Gosto de manter tudo limpo e organizado”. Afirmou que também não contaria esta história se a cliente não tivesse postado nas mídias sociais…

“Era tarde da noite, quase 22 horas e eu estava terminando o turno de trabalho quando a cliente chegou. Eu quase não reconheci. Ela me abraçou e pediu para tirar uma fotografia junto comigo e depois uma sozinha. Isso não é comum, somos orientadas a não fazer isso, mas ela insistiu”, justificou.

Rosa gostou da homenagem, porém salientou que não precisava. Para ela, a honestidade é requisito da profissão de auxiliar de limpeza. Sobretudo característica pessoal do seu caráter de cidadã, mãe de família e trabalhadora. Naquela noite Rosa voltou para casa, na Vila Missionária, com a consciência tranquila. Eram quase meia noite quando ela pôde descansar.

Parabéns, Rosa. Você dignifica as dezenas de milhares de trabalhadores representados pelo Siemaco!