Corinthians bate um bolão ao apoiar os trabalhadores da limpeza abandonados pela Embrase

 Corinthians bate um bolão ao apoiar os trabalhadores da limpeza abandonados pela Embrase

Solidários ao drama vivido pelos profissionais do Asseio e Conversação que trabalhavam no Clube do Parque São Jorge e Centro de Treinamento do Corinthians, a diretoria administrativa decidiu reverter a quantia  da fatura que seria repassada à empresa Embrase e quitou os débitos com salários e benefícios, amparando os trabalhadores. Isso em acordo com o Siemaco, que intermediou o processo.

“Esses trabalhadores são um apoio fundamental aos sócios e atletas corintianos”, destacou o diretor administrativo do Sport Club Corinthians Paulista, Eduardo Caggeano de Freitas. Contou que quatro mil sócios frequentam o clube, mais os atletas e funcionários que trabalham no Centro de Treinamento.

“Eles exigem ambientes limpos e nós temos de garantir isso. Inclusive porque nossos associados, além de terem direito à qualidade, são eleitores e votaram na administração atual, que conta com o sua confiança”, afirmou.

O diretor do Siemaco, Wagner Antonelli, elogiou a atitude do Corinthians de amparar a equipe da limpeza. “O Corinthians foi duplamente campeão: o melhor do Brasil no futebol e em solidariedade aos trabalhadores”, parabenizou.

“A situação do pessoal da limpeza não é fácil, nós tínhamos de fazer algo por eles”, respondeu Eduardo, que administra um orçamento anual de R$ 350 milhões. “O nosso negócio é esporte e lazer, não limpeza, por isso terceirizamos o serviços. Em respeito aos trabalhadores fizemos a nossa parte, bloqueando a fatura que seria repassada à Embrase e quitamos os débitos referentes aos serviços prestados”, completou.

Wagner e o assessor sindical Elcio negociaram pessoalmente com o gerente administrativo do Corinthians, Ricardo Francisco.  Apoiado na direção administrativa, ele pagou os salários e benefícios aos prestadores de serviço de limpeza, minimizando as perdas.

“Solicitamos à nova prestadora de serviços, a Verzani Sandrini, que na medida do possível garanta a empregabilidade, absorvendo em seu quadro de funcionários os antigos colaboradores do clube”, contou Ricardo. 

Sem salários e benefícios

Os 50 auxiliares de limpeza locados nos dois setores do Corinthians foram os únicos que receberam parte dos débitos, após serem abandonados pela empresa Embrase. Cerca de mil profissionais, apenas na capital paulista, não tiveram a mesma sorte e terão de recorrer à Justiça para receber os direitos. Muitos com mais de 15 anos de empresa, surpreendidos com a falta de ética, responsabilidade do ex-patrão, vivem a incerteza quanto ao futuro.

Wagner explicou que o sindicato está dando todo o suporte para os trabalhadores, mas que a grande maioria convive com a falta de recursos, pois os demais contratantes não seguiram o exemplo do clube paulista. “O Departamento Judiciário do Siemaco tem analisado caso a caso e orientado sobre os direitos e a abertura de processos.