Ugetistas ouvem cinco presidenciáveis e buscam propostas voltadas para a promoção do trabalho e emprego

 Ugetistas ouvem cinco presidenciáveis e buscam propostas voltadas para a promoção do trabalho e emprego

A política brasileira norteou o segundo dia de trabalhos alusivos à comemoração do Dia do Trabalhador, 1º de Maio. A liderança nacional da UGT recebeu em São Paulo cinco pré-candidatos à Presidência da República. Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Maria Silva, Aldo Rebelo e Guilherme Afif Domingues compartilharam as suas histórias e ideias.

O anfitrião, presidente da UGT nacional, Ricardo Patah, intermediou o debate. Um a um, ele questionou sobre a Reforma Trabalhista, que ele qualificou de criminosa. Salientou a realidade atual do trabalho no Brasil, que é um direito extinto a quase 14 milhões de brasileiros que vivem em situação de desemprego.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da UGT, Natal Leo, entregou a todos os presidenciáveis a carta proposta da entidade. Leia um resumo das ideias e programa de governo dos candidatos:

Geraldo Alckmin

O maior desafio do mundo moderno vai ser o emprego

Há duas semanas o ex-governador deixou o cargo que ocupava após quatro mandatos. Após contar que trabalha desde os 16 anos e se aposentou em 2017, o paulistano fez uma breve análise de sua trajetória política e defendeu o “crescimento econômico sustentável”. O que para ele requer reformas política, tributária e trabalhista.

Definindo-se como “homem do diálogo”, disse que pretende reunir-se com a UGT para ouvir as propostas da central sindical. “Não há entidade sociedade civil mais importante do que a organização dos trabalhadores”. Afirmou ser contra a cobrança  do imposto sindical, mas não explicitou a sua proposta de financiamento sindical.

Para ele, é preciso corrigir e aprimorar a Reforma Trabalhista. Defendeu a correção do FGTS pelos índices da correção monetária mais os juros do período; valorização do SUS (Sistema Único de Saúde), investimentos com inteligência, diplomacia nas fronteiras e dependência química para melhorar a segurança pública  educação com reciclagem profissional.

Ciro Gomes

A redemocratização brasileira deu certo

Político que galgou praticamente todos os poderes, Ciro o cearense fez uma análise da história recente do Brasil e a política nacional. Ressaltou que a reforma política era urgente, mas que a pauta atual é social.

“O mundo precisa de uma classe trabalhadora organizada e para isso o movimento sindical tem um papel fundamental”, afirmou, alertando que o sindicalismo tem o desafio de definir um novo modelo de ação.

Lembrando os sindicatos tiveram uma conquista importante ao barrar a reforma da Previdência Social, disse que preciso revogar a Reforma Trabalhista. Denunciou que atualmente é interessante para o modelo adotado, econômico, o endividamento das empresas e do povo brasileiro e que os sindicatos não prosperem.

“A agenda do povo brasileiro é empurrada por emergências”, disse Ciro, para ele a única solução para a retomada do crescimento do Brasil passa pela definição de um novo modelo político de governo.

Marina Silva

As gerações passadas receberam um país melhor dos nossos pais, mas estamos deixando uma realidade pior para os nossos filhos

A senadora Maria Osmarina Maria Silva Vaz de Lima nasceu no Acre e disputa pela segunda vez a Presidência da República. Fundadora da Rede Sustentabilidade, acredita que a sua força está na juventude e num novo olhar para a política.

“Graves problemas estão afetando o Brasil e o mundo. Vivemos o risco de perdermos o trabalho para as máquinas e é hora de nos prepararmos para o avanço tecnológico, que não é mais uma lenda”, afirmou.

Explicou que ainda não tem um Programa de Governo definido, mas prometeu dialogar com todos os segmentos da sociedade e ouvir  e analisar as demandas, que serão incluídas na pauta. Pretende inclusive realizar Seminários Temáticos para elaboração da sua proposta.

“O momento é de diálogo entre governo, empresas e trabalhadores e não de embate”. Ressaltou que o mundo do trabalho no Brasil vive um momento de total insegurança.

Aldo Rebelo

Os trabalhadores fizeram este país. O desemprego é uma infelicidade profunda na vida de uma pessoa

Deputado constituinte e ex ministro federal, recentemente o mineiro trocou de partido, filiando-se ao Solidariedade. Para ele, o Brasil que ocupa hoje a oitava posição na economia mundial deve subir duas posições, ultrapassando a Alemanha e o Japão, em breve. A visão positiva deve-se à força do trabalhador e à fronteira mineral privilégiada, justificou.

Relatando a sua infância de órfão de pai numa família humilde, exemplificou na saga da mãe a realidade das famílias brasileiras para conseguir alimento, lugar para morar, escola para as crianças e acesso á saúde. Ou seja, geração a geração as preocupações continuam as mesmas.

“O povo brasileiro levanta de madrugada para fazer a riqueza deste país. Combater o desemprego é uma obrigação moral”, disse, categórico.

Para ele, qualquer alternativa de reforma política e econômica deve ser norteada pela experiência e opinião dos trabalhadores. “É preciso ouvir o trabalhador brasileiro.

“O Brasil precisa voltar a crescer, mas sem investimentos nos setores públicos e privados como vamos gerar emprego? Sem confiança não há investimento.”

Guilherme Afif Domingues

O brasileiro vivencia um vazio de expectativas em relação às lideranças e suas demandas

Empresário paulistano com vasta experiência na política nacional, o presidenciável mostrou o Brasil que ninguém quer ver. Ou melhor, uma pesquisa inédita, realizada pelo Ibope, que mostra a insatisfação e a total desconfiança do brasileiro na política e nos políticos brasileiros.

De acordo com a pesquisa, a opinião dos brasileiros ouvidos em todo o território nacional é estarrecedoramente negativa. Em resumo, é como se o brasileiro se sentisse abandonado à própria sorte.

“Existe um sentimento coletivo e profundo de fundo do poço. A expectativa é que aconteça uma ampla reforma ética e o desemprego é o grande temor da maioria dos brasileiros”.

Acreditando na força dos “batalhadores”, que segundo ele soma a maioria dos brasileiros que atuam como micro, pequeno e médios empresários e que empregam os vizinhos em todo o território nacional, ele afirmou que são estes brasileiros que podem eleger o futuro presidente do Brasil.

“É preciso retomar ideias universais, reconhecer a força de quem produz e trabalha, de baixo para cima. Não existe política social se não for geradora de emprego e renda.”