O mundo é mais colorido quando se tem respeito e se é respeitado

 O mundo é mais colorido quando se tem respeito e se é respeitado

Sempre protagonista em suas ações, o Siemaco levou para a Virada Feminina o universo LGBT+. Num trabalho conduzido pelas diretoras Andrea Ferreira e Maria Silva, homens e mulheres mostraram a diversidade de gênero, que é muito maior do que a definição formal de feminino e masculino.

Com participação ativa de militantes da causa, a pauta inaugurou um novo grupo de trabalho da Virada Feminina: o GT LGBT +. Um coletivo que pretende inspirar para o respeito, a tolerância e o convívio fraterno numa sociedade múltipla e, alicerçado pelos objetivos do desenvolvimento sustentável, visa a promoção da dignidade, valorização humana em sua diversidade de ser, viver e conviver… 

Respeito conquistado com arte e atitude

As atividades foram iniciadas com um desfile de modas com modelos trans e travestis. Sob a coordenação da atriz Fefe Houston e roupas do estilista Alex Santos foi apresentada a griffe ALX, que nasceu na Comunidade de Paraisópolis. A marca garante atitude a quem veste as sus roupas: o projeto PIN (Periferia Inventando Moda), que em breve estará na grade oficial da Universidade de São Paulo como disciplina da especialização em moda. 

Ao longo da tarde, que se iniciou com um debate  sobre os conquistas legais dos cidadãos LGBT+, a advogada Claudia Patrícia Luna mostrou que as leis foram alcançadas a partir de lutas histórias através ao longo de duas décadas. “Os avanços jurídicos do universo LGBT+ não são fruto do legislativo, mas conquistadas no Judiciário. A luta contra o preconceito gerou leis protetivas específicas”, explicou.

A primeira grande batajlha vencida foi direito sucessório, determinado pela desembargadora Maria Berenice Dias, do Rio de Janeiro, nos anos 1980. Em caso de falecimento do parceiro a lei garante o direito da herança. Depois, veio a união estável, inclusive com a garantia do pagamento pensão; o casamento gay; a adoção por casais homossexuais; identidade de gênero garantindo o nome social para pessoas trans; cirurgia de ressignificação sexual pelo Sistema Único de Saúde. Algumas entre as conquistas consolidadas.

A homofobia e a violência contra o cidadão LBGT+ é o grande desafio a ser perseguido. O ativista Ghe Santos e a psicóloca Jane Uchôa mostraram em números e a partir do trabalho assistencial realizado que a intolerância tem de ser monitorada e combatida e que o Estatuto da Diversidade Sexual ainda é um desafio a ser concretizado.

Andrea e Maria entendem que é preciso falar sobre o universo LGBT+, incluir estes cidadãos brasileiros no mundo laboral, investir na educação formal para que a convivência seja estimulada no dia-a-dia. 

Finalizando os trabalhos, a Drag Queen Tchaka colocou todos para dançar em ritmo da disc-music. Mostrou a beleza de ser o que é, pontuando o papel do artista como símbolo e referência de luta contra a homofobia e o preconceito que gera a discriminação.