O mar de lixo e o coletor cidadão

 O mar de lixo e o coletor cidadão

Há oito anos, a rotina do coletor Carlos Roberto dos Santos, 45, é tentar minimizar o impacto do lixo, jogado diariamente pelos vizinhos, no meio-ambiente. Ele sabe que é batalha uma luta inglória. Conciente, faz a sua parte. 

Agente comunitário da Ecourbis, ele está na Limpeza Urbana há 16. Antes, coletava os resíduos sólidos nas ruas e ao ser convidado para um projeto novo aceitou o desafio de trabalhar no local onde reside. Diariamente, ele tenta conscientizar os moradores do Jardim São Gonçalo.

O trabalho de coletar o lixo de porta em porta nem sempre é reconhecido. “Tem morador que fica bravo quando eu passo em frente da casa dele, de manhã cedinho, reclamando do barulho do Lutocar (carrinho onde ele deposita o lixo e leva até o contaniner).

Todos sabem onde o agente ambiental mora, e ele gosta das vantagens de poder almoçar em casa. Carlos Roberto assina o ponto como todos os demais funcionários, mas na lida ele vai além da obrigação.

“Fico triste em ver esta montanha de lixo depositada na frente da escola das crianças. Eu não posso tirar entulho ou resto de madeira, pois este material pode estragar os nossos equipamentos”, conta. Mas como a empresa responsável pelo serviço de coleta de materiais diversos (materiais de construção, por exemplo) não está passando na comunidade, o coletor separa os materiais pacientemente, num minucioso trabalho de reciclagem. Depois coleta tudo o que é possível.

Para ele, o que não é obrigação de empregado é dever de cidadão.  “Eu não tenho coragem de deixar esta sujeira aqui”, disse.

O Siemaco SP, a cidade e o meio ambiente agradecem a sua dedicação e senso de civilidade, Carlos Roberto dos Santos!