Ansiedade e depressão são patologias que limitam a vida e interferem no desempenho profissional

 Ansiedade e depressão são patologias que limitam a vida e interferem no desempenho profissional

Doenças cercadas de preconceito pela falta de informações fidedignas, a ansiedade e a depressão podem afetar toda a população pelo menos uma vez na vida. Se recorrente, entretanto, são patologias que interferem na qualidade de vida pessoal, profissional e social.

Para debater este tema, tão atual e importante, a diretora do Siemaco, Silvana Souza, convidou a psicóloga Madalena Marques para explicar melhor o assunto. A partir de uma conversa franca, ela ensinou a identificar os sinais ( próprios e dos colegas de trabalho e familiares) e deu dicas de como combatê-los.

Salientando que o assunto da palestra “mexe com todos nós”, Madalena frisou não tratar-se de frescura, mas de doença. Aliás, o absenteísmo decorrente das crises ansiosas ou depressivas é a segunda causa de ausência no trabalho, apenas perdendo para L.E.R (Lesões do Esforço Repetitivo).

Madalena afirmou que é impossível ser feliz o tempo todo, porém ressaltou não ser normal sentir-se triste ou desmotivado a maior parte do tempo. Apesar de reagirmos individualmente de forma diferentes frente às pressões, alguns sinais evidenciam a doença. Por exemplo: tendência ao isolamento, queda de produtividade, desleixo pessoal, ausência ou excesso de sono e medo exacerbado.

Alertou que é preciso procurar ajuda quando as coisas não vão bem. Inclusive psicológica ou médica, para diagnosticar se o problema tem origens ambientais, hereditários ou físicos. Felizmente, lembrou que tanto a ansiedade quanto a depressão têm tratamento.

Quando o colega não é mais o mesmo

No ambiente de trabalho a ansiedade e depressão costumam ser tabús. Madalena alertou que é preciso  mudar esta postura, pois os sintomas são reais e afetam tanto a mente quanto o organismo.

Mas como falar do assunto sem parecer invasivo? Com vasta experiência no mundo corporativo, ela disse não existirem regras:

“Além de profissionais, somos seres humanos. Ao mesmo tempo em que precisamos respeitar a individualidade dos nossos colegas de trabalho, temos de nos importar quando identificamos que algo não vai bem”.

Ela entende que conviver com um colega que passa por uma crise pode demandar, inclusive, aumento do trabalho, mas orientou que respeito é a palavra-chave a ser seguida. “O que eu não quero para mim não posso desejar para o outro. É preciso ter empatia, saber escutar e se isso for permitido, ajudar”, disse.

Você não está sozinho

A vida tem altos e baixos e enquanto a maioria das pessoas consegue enfrentar as crises e sair delas, uma parcela da população precisa de ajuda. Em todo o mundo, são 171 milhões de pacientes com depressão, o que impacta diretamente a economia.

Segundo ela, as doenças mentais nos afastam da nossa razão de existir. Infelizmente, somos influenciados por tudo a nossa volta, tanto no mundo real quanto digital. “Se o que tem no mundo é ruim e contamina negativamente, seja seletivo. Apenas traga para si o que faz bem”, concluiu.

Minimizando os prejuízos

Na plateia, a Procuradora do Estado Ji Na Park salientou a importância da ação sindical, gerando debate e informação sobre ansiedade e depressão, doenças que configuram problema de saúde pública e requerem políticas específicas. A professora Giselle Maria Leite, coordenadora pedagógica da Creche mantida pelo Siemaco, disse tratar-se de doenças que já afetam as crianças, e a informação tem de chegar aos pais e equipe docente.

O gestor Márcio Augusto de Almeida, da Limpadora Augusto, disse sofrer de ansiedade há seis anos, desencadeada por problema com a antiga empresa. Curiosamente, o trabalho do segmento do Asseio e Conservação o levou a controlar as crises, com o apoio dos pais, clientes e funcionários. “Aprendi a controlar os sintomas através da respiração”, contou.

Assim como ele, muitos dentre os convidados do Siemaco-SP se identificaram e relataram as suas experiências com pessoas ansiosas ou depressivas. Doenças muito recorrentes, que mostram que o paciente não está e nem deve ficar sozinho!

Dicas para vencer as crises:

 – Não se isole;

– Procure ajuda (clínica ou de amigos/colegas/familiares);

– Não use medicamentos sem prescrição médica;

– Busque ambientes alegres ou ao ar livre;

– A fé sempre é um bom aliado.