Alma Preta lança manual de redação antirracista no auditório do SIEMACO-SP
Na última quarta-feira (09), a Alma Preta Jornalismo apresentou o primeiro manual de redação antirracista do Brasil, intitulado “Manual de Redação: o jornalismo antirracista a partir da experiência da Alma Preta”. O evento foi realizado no auditório do SIEMACO São Paulo, que estava lotado e contou com a presença de várias lideranças negras, entre elas o poeta, escritor, crítico e historiador da literatura brasileira Oswaldo de Camargo, que foi homenageado pelo conjunto da obra.
Vários integrantes do SIEMACO São Paulo estiveram presentes, entre eles o presidente do sindicato, André Santos, que compôs a mesa de abertura. “O SIEMACO São Paulo recebe com maior prazer este lançamento. Aqui é a casa do povo, do trabalhador e da trabalhadora. E todo e qualquer movimento em defesa da igualdade e da justiça social será bem vindo aqui. Parabenizamos o Paulo Borges e toda a equipe da Alma Preta por este projeto, que abraçamos com muito carinho e levaremos também para as entidades sindicais. A luta antirracista é um dever de toda a socidade”, disse.
O presidente da CONASCON e Diretor Tesoureiro do SIEMACO-SP, Moacyr Pereira, também esteve no local, ao lado de outros membros da diretoria do sindicato, como Márcia Adão, Elmo Nicácio, Fábio Cruz, Andrea Ferreira, Wagner Antonelli, Danilo de Jesus e Silvana Souza, que ajudou na organização e idealização do lançamento e também foi homenageada ao lado de André Santos, no encerramento do evento.
Com transmissão ao vivo, o evento organizado pelo Alma Preta contou ainda com as presenças da deputada federal Paula Nunes (PSOL) e do secretário Renam Brandão, da Secretaria de Análise, Estratégia e Articulação (SEART), representando a Presidência da República.
Criação do Manual
Iniciado durante a pandemia (2011), o manual é resultado de três anos de estudo e trabalho com pesquisadores, jornalistas e estudantes. Segundo Pedro Borges, editor-chefe da Alma Preta, o estudo aprofundado sobre o racismo nas redações foi construído a partir de materiais com mais de dois séculos de história, com leitura de cadernos da imprensa negra do século XIX e XX. “Foi um longo processo, que contou com muitos profissionais envolvidos. Toda a estratégia construída para o Manual foi a partir do prisma da democratização da informação. Quanto mais ferramentas populares e democráticas, maior a possibilidade de democratizar a técnica jornalística”, disse.
Para a historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto, diretora geral do Arquivo Nacional e uma das idealizadoras do Manual, a importância deste novo livro será mostrada pelo seu uso. “Precisamos colocar em prática, efetivamente, o que está escrito no Manual. Tudo o que foi colocado neste livro não é somente para entendidos do jornalismo. Mas para toda a população. É um manual que contempla ativistas, pais, mães, estudantes e toda a sociedade. É a promoção da cidadania e direito à informação”, disse durante o evento.
Ao final do evento, um coquetel foi servido aos presentes, que puderam prestigiar o renomado DJ KL Jay, integrante do grupo de rap Racionais MC’s.
*Com informações do portal Mundo Negro