SIEMACO-SP alerta: não venda sua íris! Proteja sua segurança e seus direitos

Nos últimos meses, muitos brasileiros, especialmente trabalhadores em situação de vulnerabilidade, têm recebido ofertas tentadoras: empresas prometem até R$ 200 para escanear a íris – a parte colorida dos olhos – em troca de recompensas. Porém, o SIEMACO São Paulo faz um alerta: essa prática pode trazer sérios riscos para sua segurança, privacidade e futuro.

O que estão oferecendo?
Empresas como a Worldcoin dizem que o escaneamento da íris será usado para criar uma identidade digital única, supostamente para proteger transações financeiras no futuro. Parece algo moderno e seguro, mas o que está em jogo é muito mais grave. Ao aceitar, você entrega uma informação única e inalterável sobre você, sem controle sobre como ela será usada ou guardada.

Mais de 500 mil brasileiros, a maioria em comunidades carentes, já participaram dessa prática, muitas vezes sem entender os riscos envolvidos.

Por que isso é perigoso?
Sua íris é única e permanente
Diferente de uma senha ou do CPF, que podem ser trocados, a íris nunca muda. Se essa informação for usada de forma errada, você não tem como “reverter” o dano.

Roubo de identidade
Seus dados podem ser usados para abrir contas ou cometer fraudes em seu nome.

Monitoramento sem consentimento
Com essas informações, você pode ser rastreado ou vigiado, comprometendo sua privacidade.

Venda de dados
Empresas podem vender seus dados para terceiros sem que você saiba ou concorde.

Vazamentos
Se os dados forem roubados por hackers, eles podem ser usados por criminosos ao redor do mundo.

Por que estão oferecendo dinheiro?
Empresas oferecem R$ 200 ou criptomoedas porque sabem que esses dados têm um valor muito maior. Dados biométricos, como a íris, são extremamente valiosos no mercado global e podem gerar bilhões em lucros para quem os controla.

O problema é que muitas pessoas aceitam a oferta porque estão enfrentando dificuldades financeiras, mas acabam se colocando em situações de risco sem perceber.

O que a lei brasileira diz?
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) protege as informações pessoais dos brasileiros, especialmente dados sensíveis como a íris. Coletar esses dados exige consentimento claro e transparente, mas muitos participantes não recebem as informações completas sobre os riscos. Por isso, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) está investigando essas práticas.

O que o SIEMACO-SP recomenda?
Não aceite propostas sem entender os riscos: Se alguém oferecer dinheiro ou benefícios em troca do escaneamento da sua íris, pare e questione. Por que querem isso? O que vão fazer com seus dados? Proteja seus dados como você protege seu CPF: sua íris é única e vale muito mais que R$ 200.

Sabemos que muitos trabalhadores enfrentam dificuldades e que ofertas como essas parecem uma solução rápida. Mas queremos que você pense no futuro: sua privacidade e segurança não têm preço. E R$ 200 podem parecer um alívio imediato, mas os riscos que você assume podem custar muito caro. Proteja o que é seu e não tome decisões sem estar bem informado.

Por Fabiano Polayna (MTB: 48.458/SP)