Segundo dia de paralisação: SIEMACO-SP apoia trabalhadoras da limpeza escolar na ZL contra atrasos da Lume Serviços
Durante toda a manhã e parte da tarde desta terça-feira (15), os equipe de Esporte, Cultura e Lazer do SIEMACO São Paulo esteve à frente de uma mobilização com cerca de 70 trabalhadoras da limpeza escolar municipal do Centro Educacional Unificado – CEU Vila Curuçá e outras 11 escolas municipais da região do Itaim Paulista. As profissionais, contratadas pela empresa Lume Serviços, paralisaram suas atividades e caminharam da unidade de ensino até a Subprefeitura local em protesto pelos reiterados atrasos salariais e de benefícios. Juntas, essas unidades atendem mais de dois mil alunos da rede pública da capital.
O diretor da equipe, Wagner Antonelli, esteve no local juntamente a outro membro da diretoria do SIEMACO-SP, Danilo de Jesus, além do coordenador Vanderson Baptista e os assessores Joeliton de Menezes Júnior e William Pedro da Silva para apoiar e representar as trabalhadoras, bem como organizar a paralisação.
Entre as denúncias apresentadas pelas trabalhadoras, o atraso no pagamento do Vale Refeição – que deveria ter sido depositado até o quinto dia útil de abril — é unânime. Além disso, há relatos de atrasos recorrentes no depósito do FGTS, férias vencidas, gratificações e outros direitos trabalhistas. “Desde o começo do ano tá essa bagunça. Num mês paga, no outro não paga. Depositam o VR, depois o valor some. Muitos de nós com o psicológico abalado, muitas aqui são mães solteiras e dependem dos benefício pra viver”, relatou uma líder de equipe de uma Escola Municipal de Ensino Integral (EMEl) da região, que preferiu não se identificar por receio de retaliações da empresa.
O SIEMACO-SP afirma que já enviou três ofícios à Secretaria Municipal de Educação (SME) e realizou uma reunião presencial com o gestor do contrato, sem obter resposta. “Estamos apoiando a categoria e colocamos nosso setor jurídico à disposição para ações judiciais contra a Lume. Se preciso, também acionaremos o Ministério Público do Trabalho, pois pelas vias extrajudiciais parece que não há diálogo”, declarou o presidente do sindicato, André Santos Filho.
Durante a manifestação, o sindicato e as trabalhadoras se reuniram com o coordenador de Governo Local da subprefeitura, Eduardo Alves Aguiar, e com a vereadora Silvia Ferraro (PSOL), que afirmaram não haver mais interesse da SME em manter a Lume como prestadora de serviços. “A Lume está mentindo. A SME tem todos os comprovantes de pagamento. E o secretário afirmou para mim, por telefone, que iria ligar pessoalmente para o proprietário da Lume afirmando que a secretaria não quer mais manter o contrato com a empresa dele” , afirmou a vereadora.
Até a manhã desta quarta-feira (16), apesar dos reiterados pedidos, o pagamento do VR não havia sido feito. Uma das representantes das trabalhadoras, a líder de Limpeza do Centro de Educação Infantil (CEI) Curuça Velha, Cassiele Aleixo Lopes, estava acompanhada do diretor Wagner Antonelli nas discussões e afirmou que a intenção é continuar trabalhando no mesmo local, mas com seus pagamentos em dia. “A gente ama as crianças, a diretoria de ensino, os pais e mães. Temos uma ótima relação com todo mundo. Temos muito prazer em trabalhar nas escolas, mas a gente precisa receber. Desde o começo do ano essa angústia de não saber se vamos receber nosso pagamentos certinho, difícil essa situação”, lamentou.
De acordo com Antonelli, a paralisação irá continuar até os pagamentos serem feitos. “Se a SME pagou, qual o motivo da Lume não repassar os direitos das trabalhadoras? A empresa reiteradas vezes faz isso, sem que haja uma punição exemplar. A mensagem que fica é de impunidade, e não deixaremos isso acontecer. Vamos buscar a justiça. E as trabalhadoras continuam paralisadas nesta quarta-feira até receberem seus vales refeição”, disse o diretor sindical.
*Texto por Fábio Lopes (MTb 81800/SP); Fotos: Alexandre de Paulo (MTb 53112/SP)/SIEMACO-SP
