Em São Paulo, varredores trabalham para limpar a sujeira das eleições
Era para ser o domingo de folga, mas a equipe de varrição da capital de São Paulo estava a postos para manter a limpeza da cidade no dia das eleições. Apesar da proibição da boca de urna, o que a reportagem do Siemaco viu em alguns bairros da cidade foi estarrecedor. Montanhas de “santinhos” e cavaletes com propaganda eleitoral de candidatos quebrados e jogados em vias públicas.
No bairro de Perus, o dia de vento piorou o trabalho das equipes de varrição. José Raimundo dos Santos tinha acabado de votar, depois de cumprir a jornada de trabalho matutina, ontem (5). “Eu terminava de amontoar os papeis e não dava tempo para o meu colega chegar e recolher, pois o vento levava tudo, espalhando pelo ar e sujando de novo. Vai levar uns quinze dias para conseguirmos tirar toda a propaganda espalhada pela cidade”, argumentou. Indignado com a falta de respeito à lei, ele não reclamou: Trabalhei três vezes mais, mas é o meu serviço!
Num outro ponto da cidade, nas proximidades da 389ª. Zona Eleitoral, uma das mais tradicionais da região, grupos de varredores se destacavam entre uma quantidade absurda de propaganda eleitoral. Para recolher o lixo foi necessário virar a vassoura ao contrário, pois as cerdas não davam conta de remover a sujeira. Em média, cada saco de lixo amarelo somava entre 30 a 40 quilos só de papel. Centenas foram enchidos.
Outra preocupação dos varredores, entre eles Luiz Monteiro, Vanderlan da Silva Moraes e Moacir Jocelino da Silva, funcionário da Inova, era com a segurança da população. O papel e o plástico ficam escorregadios em contato com o solo. Sobretudo depois de misturado com outros resíduos.
Moradores da região relataram que no dia anterior as ruas estavam limpas, mas durante a madrugada os cabos eleitorais de alguns candidatos despejaram uma quantidade absurda de propaganda nas ruas. Um desrespeito à lei, à comunidade, aos eleitores e aos trabalhadores da limpeza urbana! Tomara que no segundo turno a realidade seja outra…