Assédio moral e falta de condições dignas de trabalho levam auxiliares de limpeza do Hospital São Paulo à greve

 Assédio moral e falta de condições dignas de trabalho levam auxiliares de limpeza do Hospital São Paulo à greve

Condições sub-humanas de trabalho, com banheiros interditados, sem bebedouro, falta de espaço no refeitório, ambiente sujo com fezes de gatos e inúmeras outras irregularidades, além de graves denúncias de assédio moral, levaram a equipe do Asseio e Conservação da RCA lotada no Hospital São Paulo a paralisarem as suas atividades na manhã de hoje (23). O Siemaco, sempre ao lado do trabalhador, confrontou a empresa prestadora de serviço e o gestor do contrato, agendou reunião de conciliação para a próxima segunda-feira e assembleia, na terça.

A paralisação aconteceu em frente da sede Administrativa e Almoxarifado da gestora do contrato (Meio Ambiente do Hospital São Paulo), no núm ero 593, da Rua Napoleão de Barros. Indignados, os 270 trabalhadores da RCA decidiram dar um basta. A falta de diálogo entre a prestadora de serviços e os responsáveis pelo contrato também têm causado problemas aos funcionários.

“Trabalhamos sob pressão”, contou Mari Angela Salviano, enquanto Amanda Sampaio da Silva se queixou das punições que levam à perda do dia do trabalho por atrasos indevidos e também sobrecarregam as demais funcionárias que têm de cumprir dupla jornada. Maria Raimunda denunciou o assédio contra as colegas, que são obrigadas a “ficar de quatro no chão”, esfregando rodapés, como punições indevidas.

Foram dezenas de queixas, confirmadas pelas integrantes da CIPA (Comissão Interna de Acidentes de Trabalho), Edilva Quitéria da Silva e Silvaneide Silva Tavares.  “Sofremos mau tratos por parte das encarregadas”, denunciou a primeira enquanto sua colega enfatizou a humilhação sofrida pela equipe, tanto por líderes da RCA quanto funcionários do gestor do contrato.

Garantindo não saber das irregularidades, o gerente do Meio Ambiente, João Grandi, se comprometeu a ouvir as trabalhadoras, apurar os fatos e orientar os seus funcionários, além de participar de reunião com uma comissão dos trabalhadores e sindicato.

A diretora do Siemaco, Karine Karen, respondeu a João que as irregularidades e principalmente o assédio moral é inadmissível. “O sindicato irá registrar boletins de ocorrência e encaminhará os casos para apuração pelo Ministério Público do Trabalho”. O assessor  Edson (Charuto), que cuida do setor, além da equipe sindical, liberou o retorno ao trabalho, porém continuam no local até o resultado da assembleia.

Trabalhador, denuncie o assédio moral que é um crime previsto em lei e sujeito à punção. O sigilo será garantido pelo Siemaco.