Greve na Limpeza Urbana é suspensa acatando pedido de juiz-relator até o julgamento da legalidade da paralisação, na próxima quinta-feira

 Greve na Limpeza Urbana é suspensa acatando pedido de juiz-relator até o julgamento da legalidade da paralisação, na próxima quinta-feira

 A Femaco acolheu a proposta do judiciário e suspendeu a greve nas cidades de Arujá, Araçatuba, Barueri e Taboão da Serra, mas o estado de greve continua em outros 90 municípios do estado de São Paulo. Como não houve acordo com o sindicato patronal em audiência de conciliação realizada ontem (14), o julgamento da legitimidade da greve deve acontecer na próxima quinta-feira. Na sequencia, a discussão do dissídio coletivo.

Pretendemos que o reajuste de 9,5% seja estendido aos trabalhadores dos demais municípios. Esses profissionais coletam, individualmente, cerca de 2,7 toneladas de lixo por dia. Por isso, não é justo eles terem reajustes diferentes”, afirmou André dos Santos Filho, diretor do Siemaco e da Femaco.

O Selur insiste no reajuste de 8,5%, não chegando ao índice de 9,5% sugerido pelo Tribunal Regional do Trabalho e conquistado pelos trabalhadores de 30 cidades, após acordo com empresas locais, intermediada pelas prefeituras. A advogada do sindicato patronal, Dra. Vera Lúcia dos Santos Menezes, foi advertida pelo juiz-relator, Dr. Celso Ricardo de Oliveira, por criticar o andamento da greve e afirmar desconhecimento sobre os acordos celebrados com as empresas.

“Se o seu sindicato tem legitimidade em representar todas as empresas, a senhora deveria saber quantos e quais [municípios] fecharam acordo, advertiu o juiz relator. Determinou, ainda, prazo até amanhã (15) para que o Selur e a Femaco entreguem os documentos comprobatórios dos acordos firmados até então. O Ministério Público do Trabalho poderá complementar seu parecer até às 12h de quinta-feira (16). Às 15h30 acontecerá a audiência que deverá julgar a legalidade da greve e, posteriormente, o dissídio coletivo da categoria.

Essa greve está se estendendo de forma demasiada e não podemos protelar essa situação. A população não pode sofrer, mais do que já vem sofrendo, as consequências dessa paralisação. A greve da categoria é uma das greves que mais tem apelo e notoriedade pela relevância da atividade. Trata-se de um serviço essencial a todos e issoquestão de saúde pública”, afirmou o juiz Celso Ricardo de Oliveira.

O Selur denunciou que alguns dos sindicatos não estavam cumprindo a determinação judicial de garantir 70% dos serviços, considerados essenciais. A Femaco garantiu que a liminar está sendo cumprida à risca, refutando o argumento do patronato. Os advogados da Federação argumentaram que em alguns momentos e cidades a coleta foi prejudicada por falta de equipamentos, pois veículos estão quebrados ou em manutenção, ou durante assembleias de trabalhadores, apenas.