Brincadeira é coisa séria, pois brincando se educa e se aprende

 Brincadeira é coisa séria, pois brincando se educa e se aprende

GAZ_3809.jpg Siemaco Teatro de bonecos com alunos da creche e familias de trabalhadores da categoria

Educação é coisa séria, mas quem disse que não se aprende brincando? Pois foi exatamente isso que o grupo de “Grupo Aiaiup Anima” provou, na tarde de 12 de junho, ao apresentar a peça de teatro de bonecos “As aventuras de Pedrinho em busca do foco da Dengue no Sítio do Picapau Amarelo”. Numa adaptação livre à obra de Monteiro Lobato, a história apresentada às crianças da creche do Siemaco mostrou que podemos abordar de forma lúdica assuntos sérios como a dengue a escassez da água e o descarte correto dos resíduos sólidos. Uma lição aprendida às gargalhadas, e que não será esquecida!

Num contraponto, na segunda parte do “espetáculo”, enquanto os pequenos se divertiam com atividades comandadas pelos atores Goiabada e Maçãzinha, mães, pais, professores, além de dirigentes e assessores sindicais, debatiam temas mais sérios. A professora de Odontologia, especialista em câncer de boca e colaboradora do Sindodonto, Michelle Ramos, deu uma aula sobre saúde bucal e a psicóloga e coach Madalena Marques alertou para os perigos domésticos, com destaque à violência sexual contra as crianças.

“O nosso objetivo é mostrar que através da cultura conseguimos resgatar a cidadania”, destacou o presidente do “Centro de Convivência Infantil “Aida Visconde Bastos”, Edson André dos Santos Filho.  A coordenadora pedagógica  Giselle Maria Leite celebrou a parceria com o Siemaco, mantenedor oficial da creche e salientou. “ Além de aproximar as famílias ao proporcionar lazer, abordamos um universo muito rico em informações, graças ao conhecimento dos palestrantes.”

Elizângela Carreiro de Melo, encarregada da Tejofran, assistiu à peça com a Maria Eduarda, de quatro anos. Mãe de quatro filhos, ela disse que gostou muito de todas as atividades e enfatizou: tudo foi muito gostoso!. Auxiliar de limpeza na mesma empresa, Sonia Aparecida Caetano disse que aprendeu todas as lições, que as orientações das palestrantes foram muito claras e que ela conseguiu tirar todas as dúvidas.

Silvana Raque, auxiliar de limpeza da Feloz, estava acompanhada de duas filhas e da neta, de apenas dez meses. Contou ter se surpreendido com os números e os perigos do abuso contra as crianças: É preciso fiscalizar e identificar os riscos!

As trabalhadoras Larissa Ferreira, Elenice Souza dos Santos, 30, Cristina Pereira da Cruz, 39 e Zilda Cândida da Silva, 47, deram uma pausa no árduo trabalho como ajudantes de serviços diversos (Soma Zona Sul) e aproveitaram tudo.  Zilda resumiu: Nossa, amei. Adore tudo!

Karine Karen, diretora do Siemaco, foi taxativa: todo investimento direcionado às crianças reflete na sociedade e no futuro do nosso planeta. “As crianças são multiplicadores de informações”, complementou a assistente social e assessora sindical, Andrea Ferreira.

Narizinho pegou dengue…

Então o primo Pedrinho pediu ajuda para o sábio Visconde de Sabugosa para exterminar a ameaça que invadiu o Sítio do Picapau Amarelo. Eles deixaram a boneca Emília em casa, pois imaginaram que o risco estava no chiqueiro do Rabicó. Como encontraram tudo limpinho, nadaram até o fundo do mar e perguntaram se o Príncipe das Águas Claras sabia onde morava o perigo. Foi o Saci quem desvendou o mistério: a Cuca roubou e armazenava a água do sítio de maneira irregular, atraiu o mosquito Aedes Aegypti, e também joga lixo fora do lixo, poluindo a natureza.

No desenrolar da história, crianças e adultos caíram na gargalhada, mas aprenderam muitas lições. Andrea Ferreira fez uma ponta como atriz e, vestida como a varredora “Margarida”, mostrou que água armazenada deve ticar tampada e a importância de separar e descartar o lixo corretamente. No final de mais uma Aventura de Pedrinho, Narizinho ficou curada e a turma do Sítio do Picapau Amarelo ainda ajudou a Cuca a se recuperar!

Prevenir sempre é melhor do que remediar

“Tudo o que comemos vira açúcar”, então a escovação e o uso do fio dental são essenciais para a saúde bucal. É fundamental que a higienização dos dentes, língua e boca sejam feito diariamente e o ideal, explicou a odontóloga Michelle Ramos, aconselhando que o ideal seria que escovássemos os dentes todas as vezes que comermos, mas como nem sempre isso é possível, pelo menos após as refeições principais. O uso do fio dental é essencial, pois combate 99% dos casos de gengivite, orientou.

Falou ainda sobre os perigos do câncer de boca, que ocupa o nonagésimo lugar no ranking dos cânceres mais prevalentes, no Brasil, vitimando principalmente pessoas fumantes ou que ingerem bebidas alcoólicas.  A visita ideal ao dentista deveria acontecer logo após o nascimento do primeiro dente e a cada quatro meses ou sempre que problemas forem identificados.

“Nós erramos mais quando temos certeza”, afirmou, por sua vez, a psicóloga Madalena Marques, alertando que os perigos contra as crianças estão em todos os lugares, principalmente dentro das próprias casas. Além dos riscos dos acidentes com produtos de limpeza, perfurocortantes, remédios, fogo, escadas etc, que precisam ser monitorados, ela alertou para um perigo muito maior: o abuso sexual.

“Não é normal, mas infelizmente é muito comum, em todas as classes sociais. Os agressores, na grande maioria dos casos, são pessoas muito próximas e de confiança das crianças e mães”, orientou.  Apenas no ano passado (2014) foram registradas oficialmente quase 25 mil denúncias de abuso sexual contra as crianças, Madalena alertou, contudo, que esse número pode ser duas ou três vezes maior, já que a maioria não é notificada. 

“Uma a cada quatro vítimas tem idade até um ano de idade e os outros três até nove anos. São molestadaa por pais, avós, tios, irmãos, parentes, vizinhos… “Observem qualquer sinal de mudanças de comportamento dos seus filhos, pois o nosso principal papel nas nossas vidas é o de pai e mãe”, finalizou.