A arte de limpar vidros

 A arte de limpar vidros

photo taken and property of GazetaViews

Impossível não se assustar ao ver os trabalhadores lá no alto, movendo-se com destreza para garantir a transparência absoluta que só a limpeza proporciona. E se não é fácil limpar vidros no chão, o desafio é ainda maior quando a função é desenvolvida nas alturas, num edifício de muitos andares.

Jair, Chismael e Nailson parecem não se preocupar, preparados que estão. Braulio Oliveira da Silva, da empresa Ionic Systems, não desgruda os olhos da equipe, mas tranquiliza: os EPIs (Equipamentos de Segurança Individual) garantem a mobilidade e a segurança dos profissionais.

O sol, a chuva e a poluição fazem a sujeira grudar e engordurar o vidro e aos poucos o que era transparente se torna fosco. No alto dos prédios, onde a manutenção é mais difícil para os leigos, a higienização deveria ser feita a cada seis meses, mas em alguns casos leva anos para ser realizada.

Em tempos de crise no abastecimento de água, a equipe se preocupa ainda com a racionalização dos recursos. “Usamos apenas água de reúso com detergente neutro na nossa atividade”, conta o encarregado que tem 23 anos de experiência em limpeza e manutenção de fachadas. Salienta serem necessários poucos litros de água, pois o sistema é muito econômico.

Jair, Chismael e Nailson parecem balançar no alto, mas na verdade as cordas suportam 1.200 kg. Os colegas dizem gostar do serviço e o segredo de um vidro bem limpo é o capricho, que inclui a higienização dos caixilhos e janela. “Eu gosto do que eu faço, mas não gosto de altura”, confessa Jair.

Braulio salienta que a transparência total é a prova de que o serviço foi bem executado.  A equipe geralmente trabalha mais nos finais de semana e feriados, quando os prédios comerciais estão vazios. “Todos notam a diferença, no dia seguinte”, afirma.

Quanto aos riscos de se limpar vidros, pondera: desconheço uma atividade ou área de trabalho cem por cento seguras, mas temos de garantir a integridade da equipe com equipamentos de qualidade. Todos recebem treinamento, pelo engenheiro de segurança, e um técnico de segurança do trabalho sempre supervisa as condições do local, acompanhando as equipes nas ruas, rotineiramente”.