Trabalhadores da Limpeza serão representados no Museu do Trabalhador

 Trabalhadores da Limpeza serão representados no Museu do Trabalhador

O trabalho e os trabalhadores ganharão homenagens e ficarão perpetuados, no acervo do Museu do Trabalhador, que deve ser inaugurado no dia primeiro de maio de 2016, na cidade de São Bernardo do Campo. O diretor do Siemaco, Elmo Nicácio (Lagoa), além de representantes da Limpeza Urbana e Asseio e Conservação, deram os seus depoimentos em pleno auditório do sindicato.

Gravado em vídeo, as histórias colhidas serão arquivadas e futuramente disponibilizadas para consultas. Dois entre os trabalhadores serão selecionados para representar a categoria e o depoimento, com imagem gerada em tamanho real, será projetada como numa conversa com os visitantes do museu. 

Convidado pelo jornalista e produtor Caio Luiz, o Siemaco fez questão de viabilizar as filmagens.  Ele e o sociólogo Robson Antinhani entrevistaram dez representantes da categoria, que contaram sobre a rotina e os desafios de integrar as equipes da limpeza urbana e privada da cidade de São Paulo.

“Foi a oportunidade de conhecer outros ângulos de uma mesma vivência”, afirmou Robson, enfatizando a riqueza de detalhes dos depoimentos. “Nas ciências sociais buscamos compreender o conhecimento empírico, a partir da visão do outro. Como eles se olham, são olhados, até mesmo refletir sobre o meu olhar sobre o trabalho e esses trabalhadores”. “Todos as atividades são cruciais”, ponderou Caio, ressaltando que a sociedade é composta e construída pelo conjunto, mas que a importância da limpeza urbana ainda não é tão valorizada quanto deveria.

Inibidos, inicialmente, auxiliares de limpeza, coletores e auxiliares de serviços diversos deram um show com os seus depoimentos sinceros e a análise abrangente do seu valor, os desafios, a invisibilidade por parte da sociedade e principalmente conquistas e sonhos. O coletor Renilson da Silva Sousa, com apenas 23 anos contou ter se encontrado através do seu terceiro emprego. Confessou que o depoimento, para ele, foi um “desabafo”. 

“Responder ás perguntas foi um alívio para mim, pois nem todos entendem que não é qualquer um que consegue pegar o lixo nas ruas. Eu gosto do meu trabalho e quero ser respeitado”, resumiu.

Todos foram convidados a darem os seus depoimentos e não receberam nada em troca. O papel deles, porém, será primordial para mostrar para as gerações futuras o verdadeiro papel que desempenham na categoria da Limpeza Urbana e Asseio e Conservação, nos dias de hoje.